terça-feira, 6 de agosto de 2013

O ATACANTE BERNARD FOI DISPENSADO DUAS VEZ, MAS SUA INSISTÊNCIA FEZ ELE FAZER PARTE DA MAIOR CONQUISTA DO TIME ALVINEGRO


Alexandre Guzanshe/EM

 
Bernard, de apenas 20 anos, foi um dos destaques da conquista da Copa Libertadores
 
Com 1,62m de altura, ele precisou driblar inúmeros desafios para se firmar no futebol. Alvo de preconceito devido à baixa estatura, teve a grandeza de insistir em busca de um sonho, mesmo com duas dispensas na base do Galo. Mas o início da trajetória do armador e atacante não foi no Galo. Os primeiros passos foram na escolinha do Comercial, time amador da Região do Barreiro, onde Bernard Anício Caldeira Duarte nasceu, há 20 anos.

A mãe do jogador, Nélia Caldeira, de 48 anos, relembra o percurso complicado até o profissionalismo. “Com cinco anos, ele entrou na escolinha do Comercial. Aos 13, foi para o Atlético. Foi uma luta muito grande, porque foi dispensado duas vezes da base e depois pediu para voltar. Ele chegava triste demais. Eu e meu marido tínhamos de conversar muito com ele para consolá-lo.”

Depois da decepção com as dispensas, Bernard encontrou apoio de um vizinho, Rubens Silva, que observou várias peladas do jovem nas ruas do Barreiro e decidiu apostar em seu talento, sendo o primeiro “agente” do atleta. “Gol dele é gol meu. Sempre apostei nele. Falei para o pai dele que arrumaria um time para o Bernard. Então, fui ao Atlético e arrumei um teste. Fazia uma espécie de divulgação do trabalho dele. Minha missão era não deixar que o talento morresse. Quando ele foi dispensado da base, mandei e-mail para Santos, São Paulo, ligava para as TVs, para não deixar que ele parasse. Só que nunca recebi resposta de ninguém. Isso aconteceu duas vezes. Fui um dos que brigaram para ele voltar.”

Permanece a gratidão de Bernard, que, no início de sua ascensão profissional, lembrou ao Superesportes o apoio de Rubens. “Ele comentava comigo que ligava para as rádios e falava de mim. Sempre me deu força. Quando fui dispensado pela primeira vez, ligou para o pessoal do Atlético e perguntou o motivo. Sempre esteve ao meu lado e pedia para eu confiar em mim e acreditar em Deus, que tudo daria certo. Devo muito a ele, que fez muito por mim.”

A desconfiança quanto à altura do garoto afetou até seus pais nos tempos da base. Mas a mãe tinha fé e viu o filho começar a brilhar em 2010. Emprestado ao Democrata de Sete Lagoas, ele se destacou no Módulo II, com 14 gols. “A gente sempre ouviu que era uma pena Bernard ser baixinho, pois as pessoas diziam que era muito bom de bola. Mas Deus abriu as portas para ele”, recorda.

Em 2011, Dorival Júnior promoveu Bernard aos profissionais do Galo. Mas, com dificuldade para brigar com medalhões, o jovem chegou a ser improvisado na lateral direita. A virada coincidiu com a chegada de Cuca, no segundo semestre de 2011. O garoto começou a ser escalado como armador e atacante pela esquerda.

ALEGRIA NAS PERNAS A afirmação nacional veio em 2012. Com Ronaldinho Gaúcho como conselheiro e espelho, Bernard foi o artilheiro do Galo no Brasileiro, com 11 gols, e eleito revelação da competição. A baixa estatura passou a ser compensada com velocidade e habilidade. O ápice veio este ano. O ótimo primeiro semestre levou Felipão a convocá-lo para a Seleção na Copa das Confederações. Acionado no segundo tempo contra a Itália, pela primeira fase, e o Uruguai, na semifinal, mostrou personalidade. “Ele é bom, é fantástico. Tem alegria nas pernas”, rendeu-se o técnico.

o grande momento


OS TRêS GOLS NO TIME ARGENTINO EM SARANDÍ, NO PRIMEIRO JOGO DO TIME NA COMPETIÇÃO FORA DO PAÍS

ATLÉTICO 5 X 2 ARSENAL

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