É com grande orgulho que irei vestir a Camisa 9, em homenagem ao meu maior ídolo, meu velho Pai, Arnô José dos Santos, que brilhou fazendo grandes jogos com a Camisa do time da Baixa Quente entre as décadas de 60, 70 e 80. Foi um centroavante nato, fazia gols de todo jeito, se a bola chegasse, era meio gol.
Meu pai já tinha encerrado sua carreira futebolística no fim da década 80. Mas um jogo treino, mudaria tudo. E na tarde daquele dia 19 de setembro de 1990, ficou marcado para sempre nas nossas memórias. Lembro ainda com toda clareza de tudo que vivi de perto, eu tinha na época 16 anos apenas, e estava em campo.
Lembro que o dia do meu pai foi produtivo, ele visitou praticamente todos os seus amigos na Baixa Quente, indo de casa em casa, tomou café em todas as casas. Mal sabia ele que ali seria uma despedida, e para essa despedida ser completa, ele precisava entrar em Campo, e parar por ali a sua jornada aqui entre nós.
Meu time vencia o jogo pelo placar de 4 a 0 até o intervalo, e na volta para o segundo tempo, lembro que Ci Lemos, seu compadre, o convidou pra entrar em campo e correr um pouco. Após a entrada dele em campo, lembro dos passes que ele deu para que sua equipe empasse a partida em 4 a 4.
Mas não parou por aí, precisava acontecer algo naquele dia, e aconteceu, quem estava em campo, viu meu Pai fazer o quinto gol e virar o jogo treino, fazendo o placar virar para 5 a 4..
Após sofrer o quinto gol, pegamos a bola para reiniciar o jogo, demos a saída de bola no meio de campo, lembro que eu toquei pra Dindon, e em seguida, vi meu pai ir ao chão, bem ali, pertinho de mim, não entendemos no momento, mas logo constatamos que o mesmo sofrera uma parada cardíaca, lque acabou o levando a morte.
Talvez um dos momentos mais marcantes da minha vida. Pois ali eu perdia meu chão, perdia meu espelho de homem do bem e de um caráter que dispensava comentários.
Só nos resta saudades, dos tempo em que eu via ele jogar futebol honrando esta camisa.
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