quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

EM JOGO DA AMIZADE, BRASIL VENCEU COLÔMBIA POR 1 A 0. DEVIDO A RIVALIDADE ENTRE TORCIDA CARIOCA, PÚBLICO FOI ABAIXO DO ESPERADO

Cambistas à vontade, vendedores ambulantes e provocações de torcidas rivais. A partida em prol das vítimas do trágico voo da Chapecoense - que terminou 1 a 0 para o Brasil, gol do palmeirense Dudu - afastou o caráter de amistoso beneficente da partida no Rio de Janeiro. Claro que havia bandeiras da Colômbia, camisas do Atlético Nacional de Medellín e, evidentemente, do time alviverde de Chapecó. Mas a mobilização pequena frustrava quem chegava ao Nilton Santos.
Na reabertura do remodelado Engenhão, que recebeu 18.695 pagantes, com renda de R$ 1.219.675,00, o jogo beneficente ficou um pouco de lado assim que William Arão tocou na bola. Ex-jogador do Botafogo, que ainda move ação na Justiça contra o atleta do Flamengo, foi vaiado e xingado pelos botafoguenses, mas teve a defesa dos rubro-negros.
Foi um tal de "ninguém cala esse nosso amor", com "ninguém cala esse chororô", "ão, ão, ão, segunda divisão", "Bo-ta-fo-go" que os gritos pela Chapecoense ficaram esquecidos no momento do apito inicial. E Arão quase marcou o dele no rebote de jogada de Dudu. Pouco depois, o espetáculo ficou mais bonito quando as torcidas fizeram "ola" pelos anéis do estádio e cantaram juntas pelo Brasil e pela Chapecoense.
- Torcedor carioca é assim mesmo, brasileiro também é assim. Claro que a gente queria todos apoiando todo mundo, mas logo de início, no banco, a gente comentou que não precisava disso. Mas acontece. O Arão é um grande jogador. Eles queriam essa qualidade do lado deles. Mas ainda bem que ele está com a gente - disse Jorge, sobre o fato, após a partida.
A entrada de Diego e Jorge, além de Berrío na Colômbia, o atacante que está mais perto de deixar o Atlético Nacional e defender o Flamengo, também movimentou os torcedores nas arquibancadas do Engenhão. Os alvinegros pediram e foram atendidos quando Tite chamou Camilo no segundo tempo. Para delírio dos donos da casa, o jogador do Botafogo ainda aplicou uma caneta no colombiano Berrío.
Cambistas sem timidez
Até perto de 19h ainda era raro encontrar cambistas nas bilheterias. Mas eles não demoraram a aparecer. Circulavam normalmente em volta dos guichês e tentavam comprar ingressos de quem tinha sobrando entradas. Por R$ 30 para vender por R$ 50 e R$ 60. O ingresso mais barato, sem meia-entrada, custava R$ 70. 


Perto dali, vendedores ambulantes vendiam mais de quatro tipos de camisas com referências à Chapecoense - a verde, a branca, verde com símbolo do Brasil e outra escudo do Nacional e da Chape. Uma custava R$ 50, para duas havia promoção: R$ 80. Mas o movimento nos bares que funcionam em casas ao redor do estádio era frustrante.
- Costumo vender por volta de R$ 1 mil, R$ 1.2 mil em jogo mais cheio, mas hoje não vai chegar nem na metade. Infelizmente, o movimento está muito fraco - contou Fabio Barcellos, morador do Engenho de Dentro, que usa a casa como ponto de comércio.
Alheio às disputas de torcedores rivais, um casal colombiano aproveitava para conhecer o Engenhão. Felizes pela oportunidade de ver a seleção "cafetera" de perto, eles queriam vitória da Colômbia com gol de Téo Gutierrez. 
- Mas acima de tudo esperamos um bonito espetáculo, que esse clube tenha toda força e siga adiante, com apoio da Colômbia - disse Henrique Fonseca, morador de Medellín.

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