terça-feira, 28 de julho de 2015

CONHEÇA CAPELINHA/MG, UMA DAS CIDADE MAIS DESENVOLVIDAS DO VALE DO JEQUITINHONHA

A decadência da mineração em Minas Gerais, ao final do século XVIII, foi um dos fatores que desencadearam a expansão do povoamento do território mineiro. Assim, no limiar do século XIX, muitos eram os que vendiam parte de seus escravos na região de Minas Novas para se internarem pelas matas nas adjacências de Alto dos Bois e vales dos rios Doce e Mucuri, com o objetivo de aí se estabelecerem com fazendas de criação de gado e lavouras em geral.
Em 1801, Manuel Luiz Pego se instalou nas proximidades de um córrego localizado no atual município de Capelinha e que hoje tem o seu nome. As terras que pretendia ocupar, em uma grande extensão, faziam limites com outras terras ocupadas pelos temíveis índios Botocudos, amplamente espalhados pelo vale do rio Doce. Em 1808, estando no Brasil, D. João VI (rei de Portugal) instituiu uma lei declaratória de guerra ofensiva contra a nação dos índios Botocudos, com a finalidade de exterminá-los e explorar as riquezas existentes em suas terras. Para tanto o rei criou Divisões Militares em todo o vale do rio Doce e perseguiu cruelmente as tribos. Acuados, os índios debandaram-se em direção principalmente do Mucuri e Jequitinhonha. Nessa sua fuga, por onde passavam vingavam-se dos colonos, ora tirando-lhes a vida e a de seus familiares, ora incendiando roças e pastos. Manuel Luiz Pego, ao tomar conhecimento dessa debandada dos índios, retirou-se da fazenda há pouco estabelecida e, juntamente com os familiares e amigos, instalou-se às margens do córrego Areão, exatamente onde se encontra hoje a cidade de Capelinha.
Após a morte de Manuel Luiz, provavelmente em 1812, seu filho Feliciano Luiz Pego recebeu por herança a fazenda do córrego Areão. Nesse mesmo ano, mandou construir uma humilde capela dedicada a Nossa Senhora da Graça. As pessoas da região começaram então a denominar a fazenda de Capelinha de Nossa Senhora da Graça ou Senhora da Graça da Capelinha. Muitos moradores foram se mudando para as proximidades, fazendo nascer o arraial, que se desmembrou de Minas Novas, pela Lei n.º 566, de 30 de agosto de 1911. A instalação do município, porém, só se deu a 24 de fevereiro de 1913, daí ser esta a data máxima que se comemora em Capelinha. Não havia nessa ocasião o regime de Prefeituras, só instituído em 1930 por Getúlio Vargas, e os municípios eram administrados por um Agente Executivo Municipal. O primeiro Agente Executivo foi o senhor Antônio Pimenta de Figueiredo. O primeiro Prefeito Municipal, nomeado após a Revolução de 1930, foi o senhor Jacinto José Ribeiro.
nova matrizO município de Capelinha localiza-se na região nordeste de Minas, no Vale do Jequitinhonha, tendo como base econômica a agricultura e o comércio. Seu principal produto de exportação é o café. Capelinha polariza uma microrregião constituída dos municípios de Minas Novas, Leme do Prado, Berilo, Chapada do Norte, Francisco Badaró, Turmalina, Veredinha, Itamarandiba, Carbonita, Aricanduva, Água Boa, e Angelândia. É sede da 37.ª Delegacia Regional de Segurança Pública, de residência do DER e Escritório Regional da EMATER.
*José Carlos Machado é professor da rede pública estadual, historiador e escritor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. É autor dos livros “Senhora da Graça da Capelinha” e “Casos, Lendas e Lorotas do Jequitinhonha”

Conheça um pouco mais sobre CAPELINHA MG


Capelinha é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país.

É sede da Microrregião de Capelinha, região mais ocupada demograficamente do Vale do Jequitinhonha, exercendo na região uma polarização econômica, educacional, cultural, empresarial e esportiva.

Possui um micro-clima frio em relação ao resto do Vale do Jequitinhonha, seu ponto mais alto atinge os 1200 metros de altura na Serra da Noruega e a sede urbana se localiza a 900 metros de altitude, fato que contribui para as constantes geadas e dias gélidos no inverno. No Século XX, um historiador suíço que esteve na cidade, denominou-a em um relato como a "Suíça Brasileira", em plena referência ao seu clima.

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