Após 25 anos de procura, o músico Carlos Adenilson Andrade de Sousa, de 27 anos, residente em Montes Claros, na região Norte de Minas, não imaginava que iria encontrar o pai, Jurandir Marcelino de Sousa, de 47 anos, através de uma receita de óculos emitida por um oftalmologista em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha, onde o pai reside há 10 anos.
“Um amigo que trabalha em uma ótica em Montes Claros viu a receita. Ele sabia que eu procurava por meu pai e ao ver o sobrenome, decidimos investigar mais. Cruzamos os dados e acabei descobrindo o paradeiro dele”, relembra o músico emocionado, ao se encontrar com o pai, há cerca de uma semana em Coronel Murta.
“Ninguém sabia o paradeiro dele, mas eu nunca perdi a esperança de encontra-lo. Procurei em sites de desaparecidos e sempre buscava informações”, conta o jovem, que tinha 2 anos, quando o pai se separou da mãe, em Montes Claros.O pai conta que após a separação, “caiu no mundo” e ficou todo esse tempo sem dar noticias para a família. “Creio até que eles pensaram que eu tinha morrido. Morei em Paracatu, Noroeste do estado, e finalmente em Josenópolis, onde conheci minha atual mulher”, lembra o pedreiro e agricultor Jurandir Marcelino, hoje casado com dona Lourdes Ferreira, também de 47 anos, com quem tem dois filhos, de 8 e 3 anos, uma enteada de 19 e um neto de 1 ano e 3 meses.
Residente em uma rua do Bairro Palmeiras, em Coronel Murta, poucos sabiam da história emocionante do pedreiro, que nasceu na zona rural de Coração de Jesus, a 100 km de Montes Claros, e onde ainda reside a primeira mulher, mãe de Carlos Adenilson.
O caso veio à tona às vésperas do Natal do ano passado, depois que o chefe do escritório local da Emater em Coronel Murta, Ricardo Froés, amigo do pedreiro, tomou conhecimento da história em uma sapataria em Montes Claros, cidade que o pai dele é vice-prefeito. “O dono da sapataria ao saber que eu morava em Coronel Murta, perguntou se eu conhecia o Jurandir e falou que o filho dele o procurava há 25 anos. Acabei fazendo a ligação entre pai e filho”, disse Fróes.
“Eu já sabia desde agosto que ele estava vivo e morando em Coronel Murta e chegamos até a ter um encontro tímido em Montes Claros”, disse o músico.
“Eu nunca perdi a esperança de reencontrar o meu primeiro filho, porém, minhas condições financeiras não permitiam que eu o procurasse.”, afirma o pedreiro, que atualmente frequenta uma igreja evangélica da cidade.
“Minha mãe casou novamente e teve dois filhos. Meu receio era com a reação das famílias. Estou muito feliz de conhecer minhas irmãs aqui em Coronel Murta.”, conta o músico.
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