A pressão era grande. Assim como a necessidade de um bom futebol e um resultado positivo. Após cinco partidas em 2016, Deivid foi criticado por boa parte da torcida celeste. Em meio a um cenário nebuloso, uma oportunidade de ouro para iniciar uma reviravolta em sua trajetória pelo Cruzeiro: o primeiro duelo contra um grande clube, o Fluminense, na noite desta quarta-feira, no Mineirão. Mas não foi desta vez que o treinador conseguiu arrancar aplausos da China Azul. A derrota por 4 a 3 praticamente eliminou a Raposa da Primeira Liga – matematicamente, as chances ainda existem, embora sejam remotas.
Há muitos fatores negativos que devem ser apontados. Aos poucos, vai ficando mais nítido o quanto o time é deficiente em algumas posições, ineficiente em seu sistema defensivo e dependente de lampejos dos velocistas do ataque.
A 'cara' do time de Deivid é constituída de duas partes. Uma delas é a 'bagunça' da proposta de jogo – as linhas de defesa e do meio-campo ficam muito distantes do ataque – e a pouca eficácia no combate, traduzida nos três gols de Diego Souza e no tento de Gustavo Scarpa. A outra, demonstra a garra, a velocidade e a habilidade dos homens de frente, com destaque para Rafael Silva, autor de dois gols, e Arrascaeta, que também deixou sua marca na partida ante o tricolor.
Além de esta não ser a 'cara' que a China Azul gostaria de ver, a torcida também assistiu ao destempero emocional do comandante. Inconformado com a atuação do árbitro Francisco Paula Silva Neto (RS), o técnico acabou expulso, aos 7 min do segundo tempo. Antes de deixar o campo de jogo, ainda bateu boca com o juiz.
O certo é que, pesar da luta e do brio, falta muito para o time celeste convencer sua torcida. No sábado, a busca pelo melhor entrosamento e uma atuação digna das tradições do clube continuará, contra o Tricordiano, às 19h30, em Sete Lagoas, pela quarta rodada do Mineiro.
O jogo. Primeiro, a alegria da China Azul veio em grito de gol, marcado por Rafael Silva. Depois, a tristeza e a melancolia por conta dos três tentos seguidos do Fluminense – anotados por Diego Souza (2) e Gustavo Scarpa. Ainda no fim do primeiro tempo, uma esperança, depois que Rafael diminui o placar. Na saída para o intervalo, a torcida azul, que antes vaiava alguns atletas, como Fabiano e Fabrício, aplaudia o esforço de sua equipe.
Na segunda etapa, o Deivid foi expulso e não viu do banco de reservas o empate do Cruzeiro, graças a Arrascaeta e nem o quarto gol, o da vitória, do Flu, anotado por Diego Souza.
CRUZEIRO 3 X 4 FLUMINENSE
Motivo: 2ª rodada do grupo A da Primeira Liga
Estádio: Mineirão
Árbitro: Francisco Paula Silva Neto (RS)
Público: 21.118 pagantes
Renda: R$ 400.748,00
Cartões amarelos: Fabrício (Cruzeiro); Marcos Junior, Giovanni, Pierre (Fluminense)
Cartão Vermelho: Deivid (Cruzeiro)
Gols: Rafael Silva (2), Arrascaeta (Cruzeiro). Diego Souza (3), Gustavo Scarpa (Fluminense)
CRUZEIRO
Fábio, Fabiano, Dedé, Manoel e Fabrício; Henrique, Ariel Cabral (Matías Pisano), Sánchez Miño (Elber), Arrascaeta e Alisson; Rafael Silva (Vinícius Araújo). Técnico: Deivid
FLUMINENSE
Diego Cavalieri, Wellington Silva, Henrique, Marlon e Giovanni; Pierre, Douglas (Edson), Gustavo Scarpa (Osvaldo), Marcos Junior (Felipe Amorim); Cícero, Diego Souza. Técnico: Eduardo Baptista
Nenhum comentário:
Postar um comentário