Minas Novas: “Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”
Nunca vi coisa igual, em cidade do interior. O trio elétrico, eletrizado pelo Foguetão Baiano, arrastou uma multidão em volta do trio elétrico: atrás, dos lados e à frente. No sábado à noite e madrugada de domingo, neste carnaval de 2013.
O povo pulava, ria, bebia, fazia graça, cantava, dançava, andava marcando compasso do ritmo frenético dos diversos ritmos, beijava, abraçava, dava mãozinha, praticava a mão boba, a mão única no itinerário do trio elétrico.
Como diz a carnavalesca Fátima Sena, lembrando Caetano Veloso: "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu". Jaci Pinheiro acrescentou: "este carnaval de Minas Novas levanta até defunto".
Eletrizando alegrias ou ressuscitando desejos, o Carnaval Bom Dimais mexe com a alma foliona do povo do município e das cidades vizinhas, do Médio e Alto Jequitinhonha, no nordeste de Minas: Capelinha, Veredinha, Aricanduva, Turmalina, Novo Cruzeiro, Chapada do Norte, Berilo, Leme do Prado, José Gonçalves de Minas e outros.
Mais de 30 mil pessoas brincando o Carnaval que o Juiz quis proibir por falta de segurança. E prendeu a festa popular, na sexta-feira. Outro Juiz viu esperança e deu alvará de soltura à alegria e folia estancadas nos corpos e mentes, sãos e dementes dos foliões de Minas Novas.
Uma massa de gente, multidão de alegria preencheu a avenida Marechal Deodoro, das imediações Igreja do Rosário até a Praça Dona Olívia, à porta da Câmara Municipal, ao lado do Fórum.
Dirlane Silva, Assistente Social de Coronel Murta, subiu na sacada da casa de Dona Elisa Mota, perto da Igreja do Rosário, e vislumbrou um mar de gente. Arrepiou: "Nunca vi coisa igual. Na quantidade de gente e na alegria espalhada em cada um e em todos".
Dalton Silveira, folião e compositor do frevo "Carnaval Bom Dimais de Minas Novas", explicava para a repórter da Inter TV, aliada da TV Globo, porque este carnaval é genuinamente o mais popular de Minas. Não precisa abadá, nem camarote. O passaporte é a alegria e vontade de viver a vida.
Um bloco caricato, organizado pela foliona Deyse Magalhães, com cerca de 40 participantes, animava, servindo a cultura colonial de Minas Novas, no avental dos homens com fraque, e nas mulheres de branco, com máscaras. O Sobradão, símbolo da cultura colonial da cidade, estampava a fantasia.
Fonte: BLOG DO BANU
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