Minas registrou 1.209 estupros entre janeiro e abril deste ano; 60% deles contra vulneráveis
Proximidade. Especialistas alertam que maioria dos agressores está presente nas famílias das vítimas |
Somente na região metropolitana de Belo Horizonte, foram 254 casos de estupros contra esse público, média de 2,1 por dia. Especialistas alertam, contudo, que a realidade é ainda pior, já que a maioria das ocorrências não é denunciada. “A maior parte dos agressores está dentro da própria família, e a criança tem uma certa dependência afetiva, já que o abuso envolve uma situação de poder. O problema é que o silêncio da vítima é o que normalmente garante a impunidade do agressor”, afirma a gerente de inserção especial da Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social da Prefeitura da capital, Robélia Ursine.
Mobilização. Para combater o problema, na próxima segunda-feira – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – acontecem por todo o país dezenas de ações de enfrentamento a esse tipo de violência. O principal objetivo é mobilizar famílias sobre a importância de não fechar os olhos diante de abusos e denunciar para proteger as vítimas, muito vulneráveis.
Mobilizações
BH. Ceasa. A praça Sete, no centro, recebe hoje, das 9h às 12h, ação educativa do Espaço Infância Protegida, da Igreja Batista da Lagoinha. Pelo quarto ano, voluntários farão panfletagem, intervenções teatrais e atendimentos psicológicos.
Na segunda-feira, o Estado fará uma ação educativa na Ceasa, às 6h30. À tarde, haverá roda de conversa na Cidade Administrativa. A prefeitura também tem programação, em todas as regionais, como blitze e caminhadas.
Brasília. A mobilização para 18 de maio inclui seminário sobre o atendimento a crianças e adolescentes. No evento, serão divulgadas estatísticas de denúncias recebidas pelo Disque 100 no primeiro trimestre de 2015. Com o lema “Faça bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes”, a campanha pretende mobilizar a população nesse enfrentamento.
Símbolo
“A minha primeira sensação foi de ódio. Tive que fazer tratamento psicológico, e, até hoje, tomo remédios. Não desejo isso para ninguém”. Revoltada, a mãe de um garoto de 11 anos, abusado sexualmente por um amigo da família quando tinha apenas 8 anos, hoje faz questão de alertar outras famílias. Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apontam que 60% dos 1.209 estupros registrados em Minas nos primeiros quatro meses deste ano foram contra vulneráveis – vítimas menores de 14 anos ou que tenham algum tipo de deficiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário