Sob o comando de Luxemburgo, equipe mostra mais vontade e talentos individuais fazem a diferença. Melhor para a torcida, que voltou ao Horto e festejou a vitória
A vitória maiúscula do Cruzeiro sobre o Atlético-MG foi fruto de uma soma de fatores. O time vivia um momento conturbado, com a eliminação na Taça Libertadores e a saída de Marcelo Oliveira. O substituto Vanderlei Luxemburgo chegou na última quarta-feira e, no mesmo dia, já comandou o time diante do Flamengo. Luxa praticamente não teve tempo para impor seu estilo e filosofia de trabalho ao elenco cruzeirense, mas, ainda assim, o time teve forças para quebrar os tabus de 11 jogos sem vitórias sobre o Atlético-MG, e de nunca ter vencido o rival no novo Independência.
ESPÍRITO DE LUTA E VONTADE DO TIME
Apesar da inegável qualidade técnica do time bicampeão brasileiro, a torcida se queixava que faltava pegada e raça para os jogadores em alguns momentos. Foi assim na final da Copa do Brasil do ano passado e na eliminação na Taça Libertadores deste ano, quando o Cruzeiro viu o River Plate passear no Mineirão. Diante do Atlético-MG ficou claro que cada cruzeirense deu o máximo de si, do começo ao fim da partida, numa entrega que foi fundamental para a construção da vitória.
Luta dos jogadores do Cruzeiro fez a diferença |
ÓTIMAS ATUAÇÕES INDIVIDUAIS
Alguns jogadores do Cruzeiro foram praticamente perfeitos, como o volante Willians e o atacante Willian. O goleiro Fábio, a dupla de zaga Bruno Rodrigo e Manoel e o atacante Marquinhos também se destacaram. Até mesmo Gabriel Xavier, que esteve em campo por pouco mais de 20 minutos, teve participação decisiva no resultado, ao marcar o segundo gol.
Gabriel Xavier foi um dos destaques do Cruzeiro |
COLETIVO FUNCIONA
Com exceção dos 15 primeiros minutos do jogo, quando o Cruzeiro ficou esperando o Atlético-MG, os sistemas táticos do time azul funcionaram muito bem durante todo o clássico: o defensivo soube suportar a pressão de enfrentar um rival de qualidade dentro de seu alçapão, e o ofensivo conseguiu ser fatal para dar o bote na hora certa e vencer a partida. Jogadores que não apareceram muito para a torcida, como os laterais Mayke e Pará, o volante Charles e o atacante Leandro Damião, foram muito úteis e importantes para a boa atuação do time.
SACUDIDA NO ELENCO COM A CHEGADA DE LUXEMBURGO
É inegável que Marcelo Oliveira fez um trabalho fantástico no Cruzeiro, gravando seu nome para sempre na história do clube. O ex-técnico tem o respeito e o carinho da diretoria, dos jogadores e da torcida cruzeirense, mas chegou um momento em que Marcelo não conseguia mais motivar o elenco e buscar o "algo mais" de cada atleta. A chegada de Vanderlei Luxemburgo pilhou o time. O estilo de trabalho do novo treinador foi nitidamente percebido no clássico. Mesmo vivendo uma fase técnica complicada e inferior a do Atlético-MG, o Cruzeiro soube se impor e sair do temido Horto com uma justa vitória.
Chegada de Vanderlei Luxemburgo deu ânimo novo ao time |
PRESENÇA DA TORCIDA NO ESTÁDIO
Nos últimos clássicos disputados no Independência, a diretoria do Cruzeiro abriu mão dos ingressos a que tinha direito, temendo confusões que trouxessem punições ao clube. A medida fez com que apenas atleticanos assistissem aos jogos entre os dois rivais no Horto. O cenário era tenebroso. O Cruzeiro já entrava em campo derrotado, sob vaias e nenhum tipo de apoio, como se estivesse órfão e abandonado. Neste sábado, porém, a situação foi diferente. Os cerca de 1.800 cruzeirenses que foram ao jogo deram um show. Cantaram o tempo todo e, em alguns momentos, silenciaram a torcida rival. Os jogadores, do gramado, sentiram a energia que vinha das arquibancadas e, nos momentos mais difíceis do clássico, tiveram força para superar as dificuldades e construir a incontestável vitória por 3 a 1.
Torcida do Cruzeiro voltou ao Independência e pode festejar a vitória |
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