segunda-feira, 4 de maio de 2015

SANTOS VENCE O PALMEIRAS NOS PÊNALTIS E É CAMPEÃO PAULISTA 2015

Peixe faz 2 a 0, leva o gol no segundo tempo, mas nos pênaltis a estrela de Vladimir brilha, fazendo o alvinegro conquistar o sexto estadual em dez anos

O nervosismo e a angústia eram tamanhos que o canto de "é campeão" saiu embargado, em meio a lágrimas de alegria e tensão. Mas pode gritar, torcedor alvinegro, o Santos é o novo (velho) campeão. É o time da virada! Da virada não só na sofrida decisão, mas também no ano. Aquela equipe apontada como a quarta força de São Paulo e com jogadores desacreditados por muitos no início de 2015 é novamente a melhor do estado. Após vencer por 2 a 1 no tempo normal e levar a disputa por pênaltis por 4 a 2, o Peixe levantou a taça estadual pela 21º vez, a sexta nos últimos dez anos!

O Palmeiras é grande, sim, como bradou Zé Roberto no primeiro jogo do Verdão na temporada. Mesmo após levar 2 a 0 na etapa inicial, o time buscou um gol no segundo tempo, resistiu à pressão nos minutos finais com um homem a menos, mas não conseguiu repetir a façanha obtida na semifinal, contra o Corinthians, quando ganhou nas penalidades.
Mas o Santos também é grande, Zé. É enorme. A ponto de perder líderes no começo do ano e se reerguer, mudar técnico e seguir firme, não ter dinheiro, mas ter camisa.

Gigante também foi David Braz, monstro na defesa e autor do primeiro gol. Foi Robinho, referência moral e técnica. Foi Ricardo Oliveira, artilheiro, craque do campeonato e autor do segundo gol. Foi Vladimir, que superou as críticas e a descrença sobre si para ser um dos heróis da final. 

Na lotada e linda Vila Belmiro, os papéis da primeira final se inverteram nos 45 minutos iniciais. Já era esperado que, precisando reverter a vantagem alviverde, o Santos marcasse mais em cima, tomasse a iniciativa e tivesse maior posse de bola. O que surpreendeu, contudo, foi a ineficiência palmeirense. Acuado no campo de defesa, o time visitante sofria para criar algo, sobretudo pela apatia de Valdívia e a falta de apoio dos laterais.

De volta ao 4-2-3-1, que se transforma em 4-3-3 com a bola, o Peixe apostou nas jogadas pelos lados e nas bolas em profundidade de Lucas Lima. Com troca de passes e ultrapassagens, os donos da casa envolveram, mas o gol viria de outra forma: pelo alto. Primeiro, uma balão de Valencia que caiu nos pés de Robinho. A defesa palestrina ficou pedindo um impedimento que não existiu enquanto o camisa 7, inteligente e altruísta, apenas escorou para David Braz empurrar para as redes. Minutos depois, quando o Palmeiras ainda acusava o golpe e não se encontrava em campo, Vladimir bateu tiro de meta, Robinho novamente clareou o lance e Ricardo Oliveira demonstrou a frieza habitual para completar para as redes.

A Vila explodiu em euforia. Com convicção, os alvinegros cantaram que o Santos é o time da virada. As polêmicas - e exageradas - expulsões de Dudu e Geuvânio acrescentaram mais um componente à nervosa decisão. Quem levaria a vantagem com um a menos? O Santos, que teria mais espaço para contra-ataques, ou o Palmeiras, que perdia um atleta que vinha apagado (ao contrário do camisa 11 rival)?

Neste intervalo entre os anos 60 e os 2000, o Santos encarou jejuns de títulos e seca de craques, mas desde 2009 passou a reviver suas glórias chegando pelo menos às finais, tendo derrubado Santo André (2010), Corinthians (2011), Guarani (2012) e Palmeiras (2015) na conquista das quatro taças do período.

Na era Pelé, entre 1955 e 1969, o Santos conquistou 11 de 15 taças e ainda foi vice outras duas vezes, um feito de difícil repetição por quem quer que seja nestes tempos de equilíbrio de contas e títulos.
Apesar de não ter uma referência técnica como Neymar, melhor do Paulistão nos três títulos seguidos, o Santos de 2015 fez campanha consistente do início ao fim, teve o craque do torneio (Ricardo Oliveira) e de quebra bateu um rival na final. O caminho para chegar perto da Era Pelé está sendo traçado.


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