Se aprovada, a PEC 35/2012 acaba com o salário na maioria das Câmaras Municipais do país. Em Minas, 787 das 853 cidades – 92,3% das casas legislativas – deixariam de remunerar seus parlamentares. No território nacional, pelas contas do senador tucano, esse percentual chegaria a 89,4% dos municípios. Também em caso de aprovação nesta legislatura, as novas regras passariam a valer para os eleitos a partir de 2016.
Miranda estima que a PEC tem 40% de chance de ser aprovada na Câmara dos Deputados e 60% de probabilidade de passar no Senado. O senador tucano justifica a expectativa com base nas conversas que tem mantido com os congressistas. “Na Câmara, a pressão tem sido maior por parte dos vereadores sobre os deputados”, avalia.
O relator da proposta na CCJ, senador Aloísio Nunes Ferreira (PSDB-SP), informou, por meio de sua assessoria, que ainda está estudando o assunto para finalizar o relatório. Cyro Miranda adianta, no entanto, que diversas propostas já foram encaminhadas ao relator para “amenizar” e facilitar a aprovação da PEC. Entre elas, ele cita a ajuda de custo de um a dois salários mínimos para os vereadores de cidades com até 50 mil habitantes, em vez da remuneração zero.
Outra mudança prevista na PEC do senador tucano é o limite do repasse das prefeituras para a manutenção das Câmaras Municipais, que hoje está em torno de 7%. Pela proposta de Miranda, esse percentual ficaria entre 2% e 3,5%, dependendo do número de habitantes.
Para o senador Cyro Miranda, a dificuldade de caixa enfrentada pela maioria dos municípios brasileiros é mais um argumento para vetar os salários de boa parte dos vereadores. Hoje, prefeituras em todo o país têm sofrido o baque da queda do repasse dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal ou a única fonte de renda de grande parte dos municípios. “Eles (vereadores) não têm trabalho suficiente que justifique a remuneração”, avalia.
Prestação de contas Além de querer acabar com os salários da maioria dos vereadores , o senador Cyro Miranda vai propor ainda neste ano um projeto de lei para obrigar vereadores a apresentar relatório semestral sobre o seu mandato. “A punição para o fraco desempenho será a não eleição e quem vai dar publicidade aos relatórios é a imprensa”, vislumbra o senador.
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