07 março 2013 09:12
Preso
no trânsito
Por Luana Cruz
A juíza Marixa Rodrigues entrou no plenário,
pontualmente às 9h para início dos debates neste quarto dia de julgamento de
Bruno Fernandes e Dayanne Rodrigues. No entanto, a sessão não vai começar
porque o advogado do goleiro, Lúcio Adolfo, ligou dizendo que está preso no
trânsito. Todos aguardam a chegada do defensor para início da “guerra” de
argumentos entre promotoria e defesa.
A expectativa é que as parte aproveitem ao
máximo os tempos dados pela juíza para as exposições, portanto essa fase do
júri deve se estender por todo o dia culminando na votação dos jurados e,
finalmente, sentença da juíza. O goleiro já está no Fórum de Contagem
desde 8h05, mas ainda não entrou no salão do júri.
07 março 2013 09:26
07 março 2013 09:26
Dia
Internacional da Mulher
Por Luana Cruz
Mesmo com a expectativa de fim do julgamento
nesta quinta-feira, o comentário entre os jornalistas neste quarto dia de
trabalhos é que defesa e acusação vão “empurrar” a votação dos jurados e a
sentença para sexta-feira. Assim, o veredicto seria dado no Dia Internacional
da Mulher (8 de março) e ficaria mais simbólico o término da trama macabra
sobre a morte de Eliza Samudio em uma data tão especial. O debate deve começar
em instantes, porque o advogado Lúcio Adolfo chegou ao salão do júri.
07 março 2013 09:38
Relembre
os crimes
Às 9h34 Bruno Fernandes entrou mais uma vez de cabeça baixa ao salão do júri. Dayanne também já está no plenário aguardando o início da sessão. Lembrando que o goleiro responde por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado do bebê Bruninho e ocultação de cadáver de Eliza Samudio. A ex-mulher é acusada de sequestro e cárcere privado do filho de Eliza.
07 março 2013 09:43
"Os
trabalhos vão se alongar"
Começou o quarto dia de julgamento. A juíza Marixa Rodrigues disse “os trabalhos vão se alongar” e deu autorização para os sete jurados usarem o banheiro, caso precisem. A fala da magistrada apenas confirma a expectativa que defesa e acusação usem todo o tempo no plenário para as exposições. Todos estão à postos para o grande dia de debates e, quem sabe, do veredicto.
07 março 2013 09:50
Dayanne
de volta
Por Luana Cruz
O advogado Tiago Lenoir pediu para que a
ré Dayanne Rodrigues seja ouvida novamente em plenário. O pedido foi deferido
para juíza. Os advogados de Bruno querem que a acusada explique novamente os
fatos no ponto específico em que Dayanne entregou o bebê de Eliza para Coxinha
perto da Ceasa, em Contagem.
07 março 2013 10:00
Dayanne
com medo de Zezé
por Luana Cruz
Dayanne se sentou novamente no banco dos
réus e foi interrogada pela juíza Marixa Rodrigues. A acusada disse que Luiz
Henrique Romão mandou ela negar que estivesse com o filho de Eliza, no período
que cuidou do menino. Macarrão não explicou o motivo, mas estava nervoso e
alterado no telefonema que fez para Dayanne.
Assim, ela obedeceu e negou que estava com
o menino quando recebeu um a ligação do policial civil, Zezé. O tal policial
disse a ela que já sabia que o bebê estava com ela. Dayanne disse que estava
preocupada, mas mesmo assim entregou a criança para Coxinha, a pedido de
Macarrão.
A acusada disse que tinha medo do Zezé e
está com medo agora, principalmente, pelo que o Bruno falou ontem no
depoimento. “Se ele é uma pessoa perigosa, minhas filhas correm risco”. Disse
ter medo do policial, de Macarrão e de toda situação. Ela falou para juíza que
teme pela vida dela e das filhas.
07 março 2013 10:08
Zezé
é a bola da vez
por Luana Cruz
O promotor Henry Vasconcelos também
interrogou Dayanne nesta quinta-feira. Ele insistiu no ponto em que a acusada
recebia e fazia ligações para o policial Zezé. Tentou também esclarecer se
Dayanne recebia ordens claras de Macarrão para entregar o bebê.
O representante do Ministério Público
tenta esclarece de toda forma a participação de Zezé na trama criminosa. Ele
perguntou se Dayanne encontrou o policial alguma vez no sito de Bruno. Ela
respondeu: não.
“Pelo relato do Bruno ontem, ele está
envolvido nisso”, disse a acusada sobre Zezé. O promotor disse “nisso o que?”
Dayanne disse: “nesse crime do assassinato da Eliza”. Nesse momento um murmúrio
no plenário. A citação clara de que houve crime poderá ser usada pela
acusação.
07 março 2013 10:35
Bruno
deve falar novamente em júri
por Luana Cruz
O advogado Tiago Lenoir afirmou que o goleiro Bruno vai falar novamente no
plenário após as perguntas feitas para Dayanne. Segundo ele, é direito do réu
prestar novo depoimento. Sobre as falas da ex-mulher de Bruno, o advogado disse
que ela não tentou complicar o policial Zezé, mas que a ré “está se
defendendo”.
07 março 2013 10:49
Quase
uma hora de Quaresma
por Luana Cruz
Após responder aos questionamentos da
juíza e do promotor, os advogados de Dayanne informaram que ela não responderia
às perguntas de advogados de outros réus. Ela se retirou do plenário, assim
como o goleiro Bruno. O criminalista Ércio Quaresma, que defende Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola, iniciou um interrogatório para a cadeira vazia.
Somente para constar em ata, ele expôs as perguntas que teria para a acusada. A
maioria das questões tenta entender se Dayanne se sente ameaçada por Bola. Veja
algumas perguntas feitas pelo advogado:
A senhora tem medo do Marcos Aparecido?
A senhora ou família foram ameaçados pelo Marcos Aparecido?
Bruno externou qualquer ameaça de pressão desse advogado (Quaresma) ou de Marcos Aparecido dos Santos?
Sabe informar se algum deputado (citou nomes) tenha feito qualquer pressão a Bruno para que ele dissesse algo sobre ameaças feitas por esse advogado (Quaresma) ou Marcos Aparecido dos Santos?
Sabe se Jorge pediu desculpa para Bola por dizer que ele era o executor do crime no depoimento dado no Rio de Janeiro?
Negro, alto, magro, cabelo escuro. Essas são as características de José Laureano, vulgo Zezé?
Em algum momento recebeu ligação de Marcos Aparecido dos Santos, vulgo Bola?
Sabe se outros réus receberam ligação, antes ou depois da prisão, qualquer ligação de Marcos Aparecido?
Sabe se Zezé empresariava um grupo de pagode patrocinado pelo Bruno?
A senhora viu Marcos Aparecido em qualquer festa no sítio em Esmeraldas?
No dia 9 de julho de 2010 a senhora depôs para polícia. Teve cópia desse depoimento?
Sabe se o Sérgio, após ser colocado em liberdade, falou se o que disse na reconstituição envolvia Marcos Aparecido?
Foi oferecido acordo para senhora delatar Zezé em troca de benefício nesse julgamento?
A senhora ou família foram ameaçados pelo Marcos Aparecido?
Bruno externou qualquer ameaça de pressão desse advogado (Quaresma) ou de Marcos Aparecido dos Santos?
Sabe informar se algum deputado (citou nomes) tenha feito qualquer pressão a Bruno para que ele dissesse algo sobre ameaças feitas por esse advogado (Quaresma) ou Marcos Aparecido dos Santos?
Sabe se Jorge pediu desculpa para Bola por dizer que ele era o executor do crime no depoimento dado no Rio de Janeiro?
Negro, alto, magro, cabelo escuro. Essas são as características de José Laureano, vulgo Zezé?
Em algum momento recebeu ligação de Marcos Aparecido dos Santos, vulgo Bola?
Sabe se outros réus receberam ligação, antes ou depois da prisão, qualquer ligação de Marcos Aparecido?
Sabe se Zezé empresariava um grupo de pagode patrocinado pelo Bruno?
A senhora viu Marcos Aparecido em qualquer festa no sítio em Esmeraldas?
No dia 9 de julho de 2010 a senhora depôs para polícia. Teve cópia desse depoimento?
Sabe se o Sérgio, após ser colocado em liberdade, falou se o que disse na reconstituição envolvia Marcos Aparecido?
Foi oferecido acordo para senhora delatar Zezé em troca de benefício nesse julgamento?
Quaresma falou por quase uma hora no salão
do júri e foi interrompido pela juíza Marixa Rodrigues algumas vezes. Ela
questionou a real pertinência das perguntas do criminalista para o andamento
desse júri, levando em conta que o cliente dele será julgado apenas em 22 de
abril. Mesmo assim, ele continuou, usando seu direito como defensor. Às 10h46 a
magistrada deu por encerrado o reinterrogatório de Dayanne. Os réus voltaram ao
plenário.
07 março 2013 10:54
Acordos
no júri
por Luana Cruz
O goleiro Bruno Fernandes voltou para o
banco dos réus. De frente para a juíza responde novamente às perguntas. O que
se diz nos bastidores é que há acordo entre as defesas dos réus relacionado à
confissões e reduções de pena. Zezé deve ser amplamente citado neste quarto dia
de julgamento, como estratégia de divisão de culpa. Ele vai responder apenas
perguntas de Lúcio Adolfo.
por Luana Cruz
O reinterrogatório de Bruno não durou nem
5 minutos. O advogado dele, Lúcio Adolfo, fez apenas uma pergunta, a qual o
acusado respondeu cabisbaixo.
Lúcio Adolfo: Você sabia que Eliza iria
morrer?
Bruno: Sabia e imaginava pelas brigas constantes, pelas agressões de Macarrão, pelo fato de ter entregado dinheiro para Macarrão. (Nesse ponto o goleiro se confunde, porque incialmente disse que havia dado o dinheiro da "pensão" para Eliza)
Bruno: Sabia e imaginava pelas brigas constantes, pelas agressões de Macarrão, pelo fato de ter entregado dinheiro para Macarrão. (Nesse ponto o goleiro se confunde, porque incialmente disse que havia dado o dinheiro da "pensão" para Eliza)
Antes do próximo questionamento, Bruno
disse ao defensor: “Desculpa, eu não quero responder nem ao senhor mais”. O
goleiro pediu para sair do plenário e assim foi feito.
Mesmo com a saída do réu, o advogado Ércio
Quaresma pediu a palavra e fez o interrogatório "para o ar", pois até
a cadeira do acusado já havia sido retirada. Ele foi breve e teve como
principal pergunta: Por que não falou na época (investigações) o que disse hoje
no plenário?
Com encerramento de Quaresma, juíza dá
intervalo de 15 minutos e voltará com debates entre defesa e acusação.
por Luana Cruz
O promotor Henry Vasconcelos vai expor
seus argumentos por duas horas seguidas e os assistentes de acusação, José
Arteiro e Sidnei Karpinski, vão falar por 30 minutos. Na réplica (após a fala
da defesa), o representante do Ministério Público vai dividir o tempo com os
apoiadores, meio a meio.
A juíza Marixa Rodrigues pediu que as partes não interfiram nas falas da oposição durante a exposição. Às 11h37 começou o tempo do promotor. A magistrada elogiou e agradeceu Henry pelo trabalho nesse processo sobre a morte de Eliza Samudio. Ele também enalteceu a juíza ao iniciar a exposição.
A juíza Marixa Rodrigues pediu que as partes não interfiram nas falas da oposição durante a exposição. Às 11h37 começou o tempo do promotor. A magistrada elogiou e agradeceu Henry pelo trabalho nesse processo sobre a morte de Eliza Samudio. Ele também enalteceu a juíza ao iniciar a exposição.
por Luana Cruz
Depois de um longo cumprimento aos
jurados, citando nomes de um por um e dizendo a eles o privilégio que é estarem
no conselho de sentença, Henry Vasconcelos, iniciou os argumentos voltado aos
sete escolhidos. Muito firme, o promotor conta desde o início as ameaças de
Bruno Fernandes a Eliza Samudio. Ele faz questão de citar as contradições do
goleiro no que diz respeito à relação dele com a vítima. O acusado teria dito
que teve apenas uma relação sexual com a ex-amante, mas o promotor trouxe ao
plenário falas de Eliza para a polícia, antes da morte, em que ela afirma
relações sexuais reiteradas.
O promotor, focado na ação de Bruno, afirma que: o goleiro cuidou para que suas mulheres, empregados, primos e amigos, seu imóveis no Rio de Janeiro e Minas Gerais, seus veículos e seus recursos pudessem protagonizar a trama para atrair Eliza Samudio. O goleiro teria levado sua “canalha quadrilha” a trazer Eliza para Minas Gerais. Atraiu a mulher ao Rio, providenciou o sequestro e de lá a trouxe a Minas Gerais para providenciar seu assassinato. Henry ainda chamou os envolvidos no crime de “calhordas e covardes”.
O promotor, focado na ação de Bruno, afirma que: o goleiro cuidou para que suas mulheres, empregados, primos e amigos, seu imóveis no Rio de Janeiro e Minas Gerais, seus veículos e seus recursos pudessem protagonizar a trama para atrair Eliza Samudio. O goleiro teria levado sua “canalha quadrilha” a trazer Eliza para Minas Gerais. Atraiu a mulher ao Rio, providenciou o sequestro e de lá a trouxe a Minas Gerais para providenciar seu assassinato. Henry ainda chamou os envolvidos no crime de “calhordas e covardes”.
por Luana Cruz
O promotor traçou o perfil do
goleiro Bruno como um homem perigoso, articulador de um esquema forte de
tráfico de drogas entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mostrou em plenário
que Bruno tinha contato direto com o criminoso Nem da Rocinha.
Denegriu o goleiro e traçou a imagem dele
como bandido. Para tal, usou a seguinte citação de Bruno para Eliza: “Eu não
quero esse filho. Você não sabe quem eu sou. Não sabe do que sou capaz, eu
venho da favela.”
Henry detalhou o ordenamento de Bruno em trazer drogas da Rocinha para Ribeirão das Neves, na Grande BH, e insistiu nesse perfil de traficante do goleiro dizendo que agora ele mente tentando se inocentar. Henry lembrou aos jurados que no interrogatório em júri, Bruno já assumiu sua participação na trama contra Eliza.
Henry detalhou o ordenamento de Bruno em trazer drogas da Rocinha para Ribeirão das Neves, na Grande BH, e insistiu nesse perfil de traficante do goleiro dizendo que agora ele mente tentando se inocentar. Henry lembrou aos jurados que no interrogatório em júri, Bruno já assumiu sua participação na trama contra Eliza.
A declaração do promotor que gerou alvoroço no salão do júri foi: “O futebol perdeu um goleiro razoável, mas um grande ator entrou para dramaturgia”, se referindo à falsidade do acusado.
por Luana Cruz
O promotor mostrou conversas de Eliza
Samudio com amigas, em que ela relata tentativas do goleiro Bruno em atraí-la
para Minas Gerais. A mulher relata mudanças de comportamento do amante, que
mudou de carinhoso a agressivo. Em uma das conversas a vítima diz sobre um
convite de viagem: “Terra do Bruno só com passagem de ida? Vão me matar lá. Não
ri, o Bruno é maluco”, relata Eliza para uma amiga.
O promotor mostra que Eliza foi levada para o Rio de Janeiro e passou ser enrolada por esse “canalha” (Bruno), que não queria fazer o exame de DNA. O goleiro fugia do exame e ganhava tempo. “Ressalvados os momentos de bacanais e festas, Bruno não tinha tempo para se submeter aos exames”, afirma o promotor. A partir daí Eliza foi atraída a Minas com a promessa de Bruno fazer o teste de DNA.
O promotor mostra que Eliza foi levada para o Rio de Janeiro e passou ser enrolada por esse “canalha” (Bruno), que não queria fazer o exame de DNA. O goleiro fugia do exame e ganhava tempo. “Ressalvados os momentos de bacanais e festas, Bruno não tinha tempo para se submeter aos exames”, afirma o promotor. A partir daí Eliza foi atraída a Minas com a promessa de Bruno fazer o teste de DNA.
Bruno condicionou o exame de DNA também à
retirada da queixa de agressão que Eliza fez na polícia. O jogador queria estar
livre de problemas porque teria uma proposta do Milan, na Itália.
por Luana Cruz
O jeito do promotor Henry Vasconcelos para
expor seus argumentos deixa a platéia vidrada e impressionada. Ele é dinâmico,
grita, caminha, bate palmas e repete palavras fortes. O posicionamento diante
dos jurados chega a gerar humor, em determinados momentos, pela forma como ele
usa as expressões corporais. No entanto, o semblante de seriedade está
completamente combinado com os argumentos do acusador.
Henry passa a expor sobre os contatos telefônicos entre a vítima Eliza e os envolvidos no caso. Segundo o promotor, o celular de Eliza foi muito usado entre os dias 4 e 9 de junho de 2010, período do sequestro, e as atividades telefônicas se encerram a partir do dia 10, data da morte.
Henry passa a expor sobre os contatos telefônicos entre a vítima Eliza e os envolvidos no caso. Segundo o promotor, o celular de Eliza foi muito usado entre os dias 4 e 9 de junho de 2010, período do sequestro, e as atividades telefônicas se encerram a partir do dia 10, data da morte.
07 março 2013 13:13
por Luana Cruz
Ao detalhar as conversas telefônicas entre os envolvidos o promotor Henry
Vasconcelos disse que no dia 4 de junho de 2010 Bruno ligou para o caseiro do
sítio, Elenílson Vítor da Silva, e orientou a preparação do cativeiro de Eliza
Samudio. Assim o promotor argumentou:
“Bruno é o articulador, ele está no
controle, está na ordenação do comportamento dos demais envolvidos. Por que
Bruno mente? Qual é o plano A? É o Macarrão negar o crime. É para Macarrão
ficar calado, com ficou no inquérito. O plano é para que fosse negado qualquer
constrangimento a Eliza. Bruno mentiu no processo dizendo não ter conhecimento
nenhum.”
07 março 2013 13:29
por Luana Cruz
O promotor iniciou uma fase da
argumentação em que expõe detalhadamente a relação de Bruno Fernandes e do
amigo “irmão” Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Henry Vasconcelos lembrou
a carta que Bruno enviou ao amigo na cadeia: “Para meu querido Maka”. O
representante do Ministério Público insisitiu em mostrar Bruno como homem
mentiroso. “É mais fácil tirar um dente sem anestesia da boca dessa desgraça
(Bruno) do que a verdade”, grita o promotor.
Henry questionou porque Bruno disse em plenário que perdoava Macarrão, sendo que na missiva enviada ele, humildemente, pediu perdão ao amigo. O promotor aponta essa contradição e relembra a condenação de Macarrão em novembro do ano passado.
Henry questionou porque Bruno disse em plenário que perdoava Macarrão, sendo que na missiva enviada ele, humildemente, pediu perdão ao amigo. O promotor aponta essa contradição e relembra a condenação de Macarrão em novembro do ano passado.
“Bruno deixou Macarrão só”, afirmou o promotor sobre o primeiro julgamento onde o amigo confessou parcialmente a culpa pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio. O promotor quer derrubar a tentativa de Bruno em jogar para Macarrão toda culpa do crime. O goleiro teria chamado o amigo de “bundão” durante a armação do crime e teria puxado a responsabilidade para si.
O promotor leu uma conversa telefônica entre Bruno e Macarrão, na noite que antecedeu a morte de Eliza. “Pode ir dormir, bundão”, diz Bruno. “Você nunca mais vai me chamar de bundão depois dessa noite e você sabe porque”, respondeu o amigo.
É nesse ponto que o promotor expõe Bruno
como articulador. Afirma que o ex-jogador pressionava Macarrão, invertendo
qualquer tentativa do goleiro de se eximir do crime. “Essa pessoa que Bruno
quer dizer que estava no controle dos fatos, não estava no controle dos fatos”,
conclui Henry.
07 março 2013 13:51
Por Daniel Silveira
O promotor Henry Vasconcelos encerra a
argumentação neste quarto dia de julgamento falando da participação do policial
civil aposentado, Zezé, e pedindo aos jurados a absolvição da Dayanne
Rodrigues. “Ela estava em situação insuportável, ela estava sob
constrangimento, sob pressão de Zezé, pessoa que será denunciada pelo
Ministério Público e será investigada em paralelo ao processo”, afirma a
acusação.
Dayanne, presente no plenário, chorou muito quando ouviu o acusador, que até então sustentava a denúncia contra ela, voltar atrás pendido o livramento da ré. Henry lembrou, ao final de sua fala, que pede ao conselho de sentença a condenação do goleiro Bruno.
Dayanne, presente no plenário, chorou muito quando ouviu o acusador, que até então sustentava a denúncia contra ela, voltar atrás pendido o livramento da ré. Henry lembrou, ao final de sua fala, que pede ao conselho de sentença a condenação do goleiro Bruno.
Com esse encerramento bombástico, o promotor se recolheu e deu espaço para o assistente de acusação, José Arteiro, fazer exposição. Aos gritos, o advogado ressaltou a covardia do crime contra Eliza e disse ao conselho de sentença: “Não dêem chance ao Bruno, porque ele não merece.”
07 março 2013 14:14
Por Daniel Silveira
“O senhor acabou com a sua carreira no momento em que fez essa merda”. Foi
nestes termos que o assistente de acusação José Arteiro, que representa a
carreira de Eliza, buscou justificar que não é a manutenção da prisão que dará
fim à trajetória de sucesso do goleiro Bruno Fernandes, que era capitão do
Flamengo na época em que Eliza foi morta. O advogado, que representa a família
da vítima, buscou ratificar que o ex-atleta foi o articulador do plano macabro
para dar fim à vida da mulher que lhe exigia o reconhecimento da paternidade do
filho.
07 março 2013 14:27
Por Daniel Silveira
Restou à advogada Maria Lúcia Borges Gomes,
que representa a mãe de Eliza Samudio, apenas cinco minutos para argumentar a
acusação. Se dirigindo aos dois réus, ela citou o comportamento de Bruno
Fernandes, que entrou no plenário na segunda-feira segurando uma bíblia e
chorou ao prestar depoimento à juíza Marixa Fabiane Rodrigues. A defensora
afirmou aos jurados que tudo não passou de uma encenação do goleiro numa
tentativa de sensibiliza-los.
Bruninho foi o tema central da fala de
Maria Lúcia. Ela apelou para a crueldade do goleiro, que tentou obrigar Eliza a
abortar o filho, tendo ele próprio comprado medicamentos com este fim.
Contradizendo o pedido do promotor Henry Vasconcelos para que os jurados
absolvessem Dayanne, a advogada afirmou que ela também deve responder pelo que
fez. Aos berros, a defensora afirmou que nem mesmo a condição de mãe garantiu à
ré ter tido o instinto de preservar a vida de Bruninho, que também seria levado
à morte.
A juíza anunciou o fim do tempo permitido
para a acusação e Maria Lúcia encerrou enfatizando aos jurados, sendo cinco
mulheres e dois homens, que está nas mãos deles fazerem justiça.
Por Daniel Silveira
“Não existe lagrima de crocodilo não. Aquele foi o lado bom de Bruno”. Com
estas palavras o advogado Francisco Simin encerrou sua rápida argumentação em
defesa dos réus. Ele, que já defendeu o goleiro Bruno em uma das fases do
processo, representa a ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, neste júri
popular.
Simin buscou exaltar a origem humilde e as
dificuldades que Bruno e Dayanne enfrentaram no início da vida conjugal, antes
do goleiro ter projeção nacional. “Ele não tinha dinheiro nem para ir treinar e
Dayanne já estava com ele”, afirmou aos jurados.
Em seguida, passou a palavra ao advogado Tiago Lenoir, que defende
Bruno. Ao todo, a defesa dos réus tem duas horas e meia para sustentar a
argumentação. Em seguida, o promotor poderá solicitar a réplica, que tem prazo
de duas horas, e automaticamente garante à defesa a tréplica, com mesma
duração. Somente depois os jurados irão se reunir para decidir o futuro dos
acusados.
07 março 2013 16:14
Cuidado,
jurados
Por Daniel Silveira
A defesa do goleiro Bruno já havia adiantado que iria
insistir na tese de que há brechas processuais no que se refere à coleta de
provas contra os acusados. E foi exatamente citando a ausência de provas que o
advogado Tiago Lenoir começou a sua argumentação. Numa clara tentativa de
intimidar os sete jurados, o defensor os alertou sobre a responsabilidade que
assumem neste júri. Disse que correm o risco de condenar pessoas inocentes. “Os
senhores estarão levando para casa uma culpa que não é suas”, afirmou. E
enfatizou a possibilidade de, um dia, poderem inverter os papeis. “Amanhã pode
ser um de vocês a se sentarem no banco dos réus”, afirmou.
07 março 2013 16:42
Por Daniel Silveira
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, começou sua argumentação buscando desqualificar o trabalho do promotor Henry Vasconcelos. Disse aos jurados que reparou como os 67 volumes do processo foram dispostos na mesa em que está sentado o representante do Ministério Público, que possuem “papeizinhos” marcando páginas. “Mas só nos primeiros oito. Depois os papeizinhos vão raleando”, disse. Com isso o defensor buscou destacar que a promotoria se atém somente às primeiras provas produzidas contra os réus.
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, começou sua argumentação buscando desqualificar o trabalho do promotor Henry Vasconcelos. Disse aos jurados que reparou como os 67 volumes do processo foram dispostos na mesa em que está sentado o representante do Ministério Público, que possuem “papeizinhos” marcando páginas. “Mas só nos primeiros oito. Depois os papeizinhos vão raleando”, disse. Com isso o defensor buscou destacar que a promotoria se atém somente às primeiras provas produzidas contra os réus.
A condenação de Macarrão também foi usada como argumenta para criticar o trabalho feito pela acusação. Lembrou Lúcio Adolfo que Macarrão, acusado de crime hediondo, recebeu a pena base. “E a promotoria não recorreu”, lembrou, questionando que profissional faria isso.
A investigação paralela que corre ao processo para apurar o envolvimento de outros dois personagens no caso também foi citada. Disse que o promotor quer que os jurados condenem Bruno enquanto ainda investiga outros dois homens, o policial civil aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, e o policial civil Gilson Costa, que podem estar diretamente ligados à execução de Eliza Samudio.
Adolfo criticou muito o trabalho da promotoria. Depois citou um suposto furto de centenas de páginas do processo de dentro do Fórum de Contagem. E gastou certo tempo falando mal do trabalho da imprensa. Disse que se anunciar uma prova que livra Bruno, a imprensa não o procura. Mas que se surge algum fato contra o goleiro “chove repórter”.
Adolfo segue criticando as investigações. Disse que os jurados podem decidir não condenar os réus, porque os outros dois homens que são alvo de investigação paralela (o policial civil aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, e o policial Gilson Costa) podem, posteriormente, confessar outra coisa distinta ao que foi dito até agora. O defensor ratificou o que o colega de defesa, Tiago Lenoir, disse sobre a possibilidade de se condenar inocentes.
Em determinado momento, por exemplo, quis o advogado deixar claro o que significa o termo ‘qualificadora’. “Casa grande. Grande é a qualidade da casa”, explicou aos jurados.
O advogado então começou a descrever cada uma das qualificadoras, criticando duramente a denúncia do Ministério Público. Chegou a dizer que quem a redigiu é um "analfabeto jurídico", afirmando que em um concurso público para vaga no MP tal redação daria "bomba" ao candidato.
“Sou casado. Formando em direito em 2000. Premiado o melhor concluinte da minha turma. Promotor há nove anos. Aprovado em quarto lugar no concurso. Fui advogado. Nunca de bandido. De Fernandinho Beir-Mar, como o senhor. Nunca de assassinos (...)”, disse o promotor direcionando-se ao defensor de Bruno que chegou a indagar, até mesmo, o estado civil do representante do Ministério Público.
Concluída a biografia, voltou o promotor a enfatizar a relevância do depoimento de Jorge para elucidação do crime.
Vasconcelos relembra aos jurados o que foi exibido no salão do júri na terça-feira. Se ateve muito à entrevista concedida pelo primo do goleiro, Jorge, ao Fantástico. Citou que à repórter o rapaz, que à época do crime era adolescente, afirmou que se solicitado pela Justiça iria prestar depoimento neste júri. Segundo o promotor, a defesa não permitiu que ele viesse ao fórum.
Um dos pontos mais criticados pelos advogados de Bruno é a investigação paralela a cerca do envolvimento de outros dois policiais civis na trama. O defensor Lúcio Adolfo disse aos jurados que eles não podem condenar Bruno sendo que outros dois homens estão sendo investigados. O promotor esclareceu ao Conselho de Sentença que “estamos apurando em que medida cada um dos dois participaram do crime”, afirmou.
O registro de ligações entre os envolvidos na época do crime é tratada pela promotoria como uma das principais provas contra os réus. O promotor exibe aos jurados a troca de telefonemas. Enfatiza ainda a identificação das antenas em que cada celular estava conectado durante a ligação, mostrando a movimentação de cada envolvido na noite do crime.
A digitalização é praxe do atual sistema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Todo o documento de um processo é imediatamente registrado em ambiente virtual, exatamente para prevenir danos. “Aqui não tem cachorrada não. Aqui tem transparência”, afirmou o promotor. E explicou aos jurados um problema que ocorreu na numeração das páginas quando o volume estava sendo remontado, com as páginas perdidas, mas que haviam sido digitalizadas, estava sendo reanexadas.
O promotor Henry Vasconcelos lembrou aos jurados as declarações de Bruno no plenário. E, com um dos volumes do processo em mãos, exibiu a cada um dos sete membros do Conselho de Sentença fotos destas viagens feitas pelo goleiro após o assassinato da ex-amante. “Essa cara é de quem estava arrasado, ou de quem estava festejando? Vejam só, com cerveja na mão, curtindo o ‘birinaite’”, ironizou. Ele ainda enfatizou que a viagem foi realizada para comemorar a morte de Eliza.
O advogado Lúcio Adolfo tenta desqualificar a participação do goleiro Bruno Fernandes na morte de Eliza Samudio. Como prometeu antes de entrar no plenário nesta tarde, o defensor tenta provar que o atleta não é o mandante do crime.
07 março 2013 16:59
E sobre o Bruno, doutor?
Por Daniel Silveira
Há mais de meia hora falando em plenário, o advogado Lucio Adolfo ainda não buscou falar sobre as acusações que pesam contra Bruno, buscando desqualificar as denúncias. Por enquanto, os esforços do defensor se concentram em desqualificar o andamento processual e a confecção de provas. Mas até então não rebateu as provas que foram apresentadas aos jurados até o momento.
Adolfo criticou muito o trabalho da promotoria. Depois citou um suposto furto de centenas de páginas do processo de dentro do Fórum de Contagem. E gastou certo tempo falando mal do trabalho da imprensa. Disse que se anunciar uma prova que livra Bruno, a imprensa não o procura. Mas que se surge algum fato contra o goleiro “chove repórter”.
07 março 2013 17:29
A Justiça é cega
Por Daniel Silveira
O advogado Lúcio Adolfo pega sete faixas pretas e pede licença à juíza Marixa Rodrigues para entregar uma a cada jurado. “Estão limpas e não tem cheiro de nada”, diz o defensor de Bruno. Ele antecipa o momento em que as cinco mulheres e os dois homens que compõem o Conselho de Sentença irão se reunir em sala secreta para julgar a participação do goleiro e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues. “A Justiça é cega e peço aos senhores que se ceguem frente ao apelo da imprensa”, declara. A magistrada disse que as faixas serão recolhidas em seguida.
Adolfo segue criticando as investigações. Disse que os jurados podem decidir não condenar os réus, porque os outros dois homens que são alvo de investigação paralela (o policial civil aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, e o policial Gilson Costa) podem, posteriormente, confessar outra coisa distinta ao que foi dito até agora. O defensor ratificou o que o colega de defesa, Tiago Lenoir, disse sobre a possibilidade de se condenar inocentes.
07 março 2013 17:41
Momento poético
Por Daniel Silveira
Ainda buscando enfatizar aos jurados que eles podem vir a condenar inocentes, o advogado Lúcio Adolfo citou o trecho do poema “No caminho com Maiakósvki”, do poeta Eduardo Alves da Costa. Confira o trecho recitado em plenário.
(...)
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada
(...)
07 março 2013 17:55
Defensor didático
Por Daniel Silveira
Ao longo de sua argumentação, o advogado Lúcio Adolfo busca explicar, mesmo que de forma sucinta, especificações jurídicas aos sete jurados. Teoricamente, o Conselho de Sentença é formado por pessoas leigas. Assim, o defensor de Bruno toma o cuidado de explicar termos técnicos e trâmites legais da magistratura.
Em determinado momento, por exemplo, quis o advogado deixar claro o que significa o termo ‘qualificadora’. “Casa grande. Grande é a qualidade da casa”, explicou aos jurados.
Bruno é acusado de homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, emprego de meio cruel e dificuldade de defesa da vítima.
Na votação, os jurados terão de responder ‘sim’ ou ‘não’ a perguntas que vão demonstrar as qualificadoras do crime. Um dos quesitos questiona, por exemplo, se houve emprego de asfixia mecânica para matar a vítima. Se a maioria dos jurados responder ‘sim’, fica qualificado o meio cruel.
Na votação, os jurados terão de responder ‘sim’ ou ‘não’ a perguntas que vão demonstrar as qualificadoras do crime. Um dos quesitos questiona, por exemplo, se houve emprego de asfixia mecânica para matar a vítima. Se a maioria dos jurados responder ‘sim’, fica qualificado o meio cruel.
O advogado então começou a descrever cada uma das qualificadoras, criticando duramente a denúncia do Ministério Público. Chegou a dizer que quem a redigiu é um "analfabeto jurídico", afirmando que em um concurso público para vaga no MP tal redação daria "bomba" ao candidato.
07 março 2013 18:31
Atestado de óbito não!
Por Daniel Silveira
Na segunda-feira, data do início do julgamento do goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne, os advogados do goleiro tentaram, em vão, adiar o júri. O argumento era a emissão do atestado de óbito de Eliza Samudio. O documento foi emitido, sob ordem judicial, com base na confissão apresentada por Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Os defensores do principal acusado temiam que a certidão fosse usada como prova do crime pela promotoria. Mas...
Nas duas horas e meia em que o promotor Henry Vasconcelos defendeu a condenação de Bruno, ele sequer citou a certidão de óbito. Talvez não para evitar embate com a defesa, mas porque o próprio goleiro confirmou em seu depoimento que Eliza está morta. Buscou o representante do Ministério Público enfatizar outras provas do processo.
Já o advogado do goleiro, Lúcio Adolfo, citou a emissão da certidão de óbito pelo menos três vezes. A citação foi argumento das tentativas de desqualificar o processo. Sugeriu que a confissão de Macarrão foi armada e que o relato da execução de Eliza pelo condenado não é suficiente para determinar o local e o meio do assassinato.
Adolfo encerrou sua defesa mantendo as críticas ao trabalho da promotoria. “Em nome da Justiça já se cometeu neste processo mais crimes que os próprios criminosos”, disse. E concluiu se dirigindo aos jurados reiterando o pedido para que eles se atenham ao que chamou de “lenga-lenga”.
O promotor, respondendo à juíza, disse que fará a réplica. Serão mais duas horas para a acusação sustentar a acusação. Automaticamente a defesa terá o mesmo prazo para encerrar o debate.
07 março 2013 19:09
Biografia
Por Daniel Silveira
O promotor Henry Vasconcelos valeu-se da réplica para tentar convencer os jurados de que Bruno é culpado e mandante do crime. Começou retomando o depoimento prestado por Jorge Luiz Lisboa Rosa, primo do goleiro, adolescente à época do crime e principal testemunha do caso. Mas, interrompeu a narrativa para responder a críticas feitas pelo advogado Lúcio Adolfo, que tentou desqualifica-lo na maior parte do tempo em que falou ao júri.
“Sou casado. Formando em direito em 2000. Premiado o melhor concluinte da minha turma. Promotor há nove anos. Aprovado em quarto lugar no concurso. Fui advogado. Nunca de bandido. De Fernandinho Beir-Mar, como o senhor. Nunca de assassinos (...)”, disse o promotor direcionando-se ao defensor de Bruno que chegou a indagar, até mesmo, o estado civil do representante do Ministério Público.
Concluída a biografia, voltou o promotor a enfatizar a relevância do depoimento de Jorge para elucidação do crime.
07 março 2013 19:27
Sim ou não
Concluídos os debates, os sete jurados que compõem o Conselho de Sentença, sendo cinco mulheres e dois homens, serão retirados do plenário e reunidos em um sala secreta. Neste ambiente, irão responder com ‘SIM’ ou ‘NÃO’ a uma lista de perguntas para cada um dos réus. Com base no resultado da votação, a juíza irá formular a sentença de cada acusado.
Confira as perguntas que serão apresentadas aos jurados:
RÉU BRUNO FERNANDES DAS DORES DE SOUZA
1ª SÉRIE DE QUESITOS
Crime: Art. 121, § 2º, I, III e IV, do Código Penal
Vítima: Elisa Silva Samúdio
MATERIALIDADE
1º Quesito: No dia 10 de junho de 2010, no interior de residência situada na rua Araruama, n. 173, bairro Santa Clara, em Vespasiano/MG, a vítima Elisa Silva Samúdio recebeu um golpe conhecido como “gravata”, sendo o seu pescoço constringido, sendo esganada, vindo a morrer em virtude desta agressão?
AUTORIA
2º Quesito: O réu Bruno Fernandes das Dores de Souza, concorreu para o crime, na medida em que mandou terceira pessoa executar a vítima Elisa Silva Samúdio?
QUESITO ABSOLUTÓRIO
3º Quesito: O Jurado absolve o Réu?
TESES DA DEFESA
4º Quesito: A participação do réu Bruno Fernandes no crime foi de menor importância?
5º Quesito: O réu Bruno Fernandes quis participar de crime menos grave?
QUALIFICADORAS
6º Quesito: O crime foi cometido por motivo torpe pelo fato de que Bruno Fernandes negava-se a reconhecer a paternidade e pagar alimentos para o filho da vítima?
7º Quesito: O crime foi cometido por asfixia mecânica, uma vez que a vítima teve constringido o seu pescoço?
8º Quesito: O crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois, teria sido levada com seu filho de apenas 4 (quatro) meses, à residência do executor, juntamente com terceiras pessoas e, diante do número significativo de agentes, teve reduzida a sua capacidade de defesa?
2ª SÉRIE DE QUESITOS
Vítima: Bruno Samúdio
MATERIALIDADE
1º Quesito: Bruninho Samúdio, filho da vítima, foi privado de sua liberdade mediante sequestro?
2º Quesito: Bruninho Samúdio, filho da vítima, foi privado de sua liberdade mediante cárcere privado?
AUTORIA
3º Quesito: O réu Bruno Fernandes das Dores de Souza, concorreu para a prática do crime?
QUESITO ABSOLUTÓRIO
4º Quesito: O Jurado absolve o Réu?
QUALIFICADORAS
5º Quesito: A vítima Bruninho Samúdio era menor de 18 anos à época dos fatos?
3ª SÉRIE DE QUESITOS
Crime: Art. 211 do Código Penal
MATERIALIDADE
1º Quesito: O corpo da vítima Elisa Silva Samúdio foi ocultado?
AUTORIA
2º Quesito: O réu Bruno Fernandes das Dores de Souza, concorreu para o crime, na medida em que mandou que terceiras pessoas ocultassem o corpo da vítima?
QUESITO ABSOLUTÓRIO
3º Quesito: O Jurado absolve o Réu?
RÉ DAYANNE RODRIGUES DO CARMO SOUZA
1ª SÉRIE DE QUESITOS
Crime: Art. 148, § 1º, IV, do Código Penal
Vítima: Bruno Samúdio
MATERIALIDADE
1º Quesito: Bruninho Samúdio, filho da vítima, foi privado de sua liberdade mediante sequestro?
AUTORIA
2º Quesito: A ré Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, concorreu para a prática do crime, juntamente com terceiras pessoas?
QUESITO ABSOLUTÓRIO
3º Quesito: O Jurado absolve a Ré?
QUALIFICADORAS
4º Quesito: A vítima Bruninho Samúdio era menor de 18 anos à época dos fatos?
07 março 2013 19:43
Argumentos em favor das provas
Por Daniel Silveira
O promotor Henry Vasconcelos mantém o tom enérgico ao falar no plenário. Ele revisa provas do processo aos jurados e, por várias vezes, critica o que chamou de “falácias” da defesa de Bruno.
Vasconcelos relembra aos jurados o que foi exibido no salão do júri na terça-feira. Se ateve muito à entrevista concedida pelo primo do goleiro, Jorge, ao Fantástico. Citou que à repórter o rapaz, que à época do crime era adolescente, afirmou que se solicitado pela Justiça iria prestar depoimento neste júri. Segundo o promotor, a defesa não permitiu que ele viesse ao fórum.
Um dos pontos mais criticados pelos advogados de Bruno é a investigação paralela a cerca do envolvimento de outros dois policiais civis na trama. O defensor Lúcio Adolfo disse aos jurados que eles não podem condenar Bruno sendo que outros dois homens estão sendo investigados. O promotor esclareceu ao Conselho de Sentença que “estamos apurando em que medida cada um dos dois participaram do crime”, afirmou.
O registro de ligações entre os envolvidos na época do crime é tratada pela promotoria como uma das principais provas contra os réus. O promotor exibe aos jurados a troca de telefonemas. Enfatiza ainda a identificação das antenas em que cada celular estava conectado durante a ligação, mostrando a movimentação de cada envolvido na noite do crime.
07 março 2013 19:56
'Aqui não tem cachorrada'
Por Daniel Silveira
Páginas sumiram do primeiro dos 67 volumes do processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Uma investigação foi aberta para apurar a situação. O caso foi usado pelo advogado Lúcio Adolfo para desqualificar a acusação. O promotor Henry se valeu da tréplica para esclarecer aos jurados que algumas páginas desapareceram sim. Não as centenas, como disse o defensor, mas “algumas poucas”. E sumiram fisicamente, porque todas haviam sido digitalizadas previamente.
Páginas sumiram do primeiro dos 67 volumes do processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Uma investigação foi aberta para apurar a situação. O caso foi usado pelo advogado Lúcio Adolfo para desqualificar a acusação. O promotor Henry se valeu da tréplica para esclarecer aos jurados que algumas páginas desapareceram sim. Não as centenas, como disse o defensor, mas “algumas poucas”. E sumiram fisicamente, porque todas haviam sido digitalizadas previamente.
A digitalização é praxe do atual sistema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Todo o documento de um processo é imediatamente registrado em ambiente virtual, exatamente para prevenir danos. “Aqui não tem cachorrada não. Aqui tem transparência”, afirmou o promotor. E explicou aos jurados um problema que ocorreu na numeração das páginas quando o volume estava sendo remontado, com as páginas perdidas, mas que haviam sido digitalizadas, estava sendo reanexadas.
07 março 2013 20:22
Arrasado ou festejando?
Por Daniel Silveira
Em seu depoimento à juíza Marixa Fabiane Rodrigues, Bruno Fernandes afirmou que ficou desesperado na noite de 10 de junho de 2010 depois que Macarrão lhe revelou ter enviado Eliza Samudio para ser morta. Disse que a sensação de desespero durou aproximadamente uma hora e meia. Pouco depois admitiu que viajou no dia seguinte para Angra dos Reis com o time de futebol 100%, onde ocorreu uma festa. E revelou ainda que logo em seguida participou de outra festa na casa do jogador Vagner Love.
O promotor Henry Vasconcelos lembrou aos jurados as declarações de Bruno no plenário. E, com um dos volumes do processo em mãos, exibiu a cada um dos sete membros do Conselho de Sentença fotos destas viagens feitas pelo goleiro após o assassinato da ex-amante. “Essa cara é de quem estava arrasado, ou de quem estava festejando? Vejam só, com cerveja na mão, curtindo o ‘birinaite’”, ironizou. Ele ainda enfatizou que a viagem foi realizada para comemorar a morte de Eliza.
07 março 2013 21:35
Se não tem provas, por que denunciar?
Por João Henrique do Vale e Daniel Silveira
O advogado Tiago Lenoir fez um discurso, de aproximadamente 10 minutos, em um tom ríspido. Ele faz críticas às investigações sobre o caso, pois, segundo o defensor, não havia provas para Dayanne Rodrigues ser indiciada e depois denunciada pelo Ministério Público.
Classificou de irresponsável a atitude do Ministério Público de denunciar a Dayanne, uma vez que durante o julgamento, diante do depoimento da ré, o promotor admitiu que a ex-mulher do goleiro Bruno agiu por medo.
Se irritou com as declarações da acusação de que ele, na condição de defensor, não leu as provas do processo. Rebateu a crítica e afirmou que a advogada que representa a mãe de Eliza Samudio, Maria Lúcia Borges, quem desconhece os autos. "Chegou aqui e ficou falando só de Deus", disse. E fez questão de afirmar que ele também é temente a Deus, exibindo uma medalha.
Em seguida, leu depoimentos em que Gilda, caseira do sítio, conta como que encontrou Dayanne e as filhas brincanco com Bruninho. Ao ser questionada pela mulher aonde estava a mãe do bebê, a ex-mulher de Bruno afirmou. "Foi para o Rio de Janeiro comprar roupas para ele". Neste momento, Gilda disse, no depoimento, que Dayanne estava tranquila.
Lenoir não se alongou pois para deixar tempo para Lúcio Adolfo falar da "causa maior" que seria a defesa de Bruno.
07 março 2013 22:14
Sem provas não há crime de mando
Por João Henrique do Vale
O advogado Lúcio Adolfo tenta desqualificar a participação do goleiro Bruno Fernandes na morte de Eliza Samudio. Como prometeu antes de entrar no plenário nesta tarde, o defensor tenta provar que o atleta não é o mandante do crime.
Segundo Lúcio Adolfo, o crime de mando é o mais difícil de ser provado. E ele, depois de ler todo o processo desde que o júri foi desmembrado em novembro do ano passado, diz que não encontrou provas que colocam Bruno como mandante. "A primeira coisa que fiz (quando assumiu a defesa de Bruno) foi procurar a prova da morte. Mas não encontrei", afirmou.
Para que o crime de mando ficasse explícito, o advogado afirma que o Ministério Público fez um acordo com a defesa de Macarrão, para que ele delatasse Bruno e para o órgão "não passar vergonha". Segundo o defensor, enquanto Macarrão confessava, o promotor estava "extasiado" e "quase teve um orgasmo".
Lúcio Adolfo ainda insistiu na tese para tentar desqualificar o processo. Ele cita uma reportagem em que apresentava 10 lacunas no processo, entre elas, a inexistência do corpo de Eliza Samudio.
De frente para os jurados, em tom humilde, o defensor disse que veio pedir a absolvição de seu cliente."Não vim pedir para provar, eu não tenho prova, eu cheguei depos".
07 março 2013 22:48
O mesmo de antes
Por João Henrique do Vale
Lúcio Adolfo segue a sua tréplica insistindo em retirar as qualificadoras dos crimes. Os argumentos do advogado são bem parecidos com os que usou durante a primeira parte do debate. A intenção é fazer com que os jurados atenuem a condenação do goleiro. Para o defensor, Bruno não sequestrou o filho e o simples relato da morte não é suficiente para provar que Eliza foi morta de maneira cruel.
07 março 2013 23:19
À espera de uma sentença
Por João Henrique do Vale
Encerrado o tempo da defesa do goleiro Bruno Fernandes para fazer a réplica. Advogado Lúcio Adolfo tentou convencer os jurados a retirar todas as qualificadoras que o atleta é acusado. O discurso foi praticamente uma cópia da primeira parte do debate, porém, com argumentos diferentes.
O Conselho de Sentença já deixou a plenário e seguiu, na companhia da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, o promotor Henry Vasconcellos, e os advogados dos réus, para a sala secreta, onde decidirão se Bruno e Dayanne serão condenados pelo sumiço e morte de Eliza Samudio.
08 março 2013 02:01
Bruno condenado, Dayanne absolvida
Por Daniel Silveira e João Henrique do Vale
Vinte e dois anos de prisão. Esta foi a pena estabelecida pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues para Bruno Fernandes das Dores de Souza, o goleiro que chocou o país em junho de 2010 ao ser acusado de tramar o sequestro e assassinato de Eliza Silva Samudio, com quem teve um filho mas negava o reconhecimento da paternidade. Já Dayanne Rodrigues, ex-mulher do atleta foi absolvida.
A sentença foi proferida no começo da madrugada desta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, data que torna emblemática a condenação tendo em vista o clamor social por justiça contra crimes praticados contra a mulher. O Conselho de Sentença, que definiu o destino dos dois réus, foi composto por cinco mulheres e dois homens. Os jurados passaram mais de uma hora reunidos em uma sala secreta do Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande Belo Horizonte, para avaliar os quesitos que subsidiaram a sentença.
Ao proferir a sentença, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues salientou o peso dos crimes cometidos pelo goleiro. Destacou que era intensa a culpabilidade dele e avaliou que a personalidade do atleta “foge à normalidade” e o classificou como cruel e dissimulado. Enfatizou que por se tratar de pessoa pública com ampla repercussão na mídia, causou maior espanto na sociedade.
Bruno foi sentenciado a 17 anos e seis meses de reclusão em regime fechado pelo crime de homicídio triplamente qualificado. Pelo sequestro de Bruninho foi sentenciado a 3 anos e três meses em regime aberto. Pela ocultação de cadáver foram mais um ano e seis meses em regime aberto, totalizando 22 anos e seis meses de prisão. Dayanne respondia apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho e foi absolvida.
Foram dois anos e nove meses entre as primeiras denúncias e a conclusão do julgamento. Ao longo deste tempo, inúmeras polêmicas permearam o que passou a ser chamado de Caso Bruno. Bruno protagonizou a maior parte. Ídolo de uma das maiores torcidas do país, ele negou, desde o início, qualquer participação no crime. Mas, ao se sentar perante o júri, admitiu ter aceitado a morte de Eliza, segundo ele tramada e executada pelo amigo de infância e braço direito Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Macarrão e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, foram os primeiros réus condenados pela participação na trama trágica que deu fim à vida de Eliza Samudio. Em novembro passado o antigo fiel escudeiro do jogador foi sentenciado a 15 anos de prisão em regime fechado pelo sequestro e assassinato da modelo. Já Fernanda recebeu pena de 5 anos de prisão em regime aberto pelo sequestro de Eliza e do bebê.
Ao todo, foram oito denunciados pelo Ministério Público. Um dos réus, Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, acabou assassinado, vítima, segundo a polícia, de um crime passional. Mais três serão julgados. Em 22 de abril próximo se submeterá ao júri popular o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o executor da vítima. Em maio, sentam no banco dos réus Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza, ex-funcionários do atleta, que respondem pelo sequestro e cárcere privado de mãe e filho.
E o Caso Bruno ainda promete vários outros capítulos. Dois homens, ambos policiais, ainda são investigados por envolvimento no crime e vir a ser processados. E a principal pergunta que atormenta a agricultora Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, pode nunca ser respondida: onde estão os restos mortais da ex-amante do goleiro.
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