terça-feira, 25 de novembro de 2014

CRUZEIRO X ATLÉTICO. SÓ RESTA TORCER PARA QUE A CHUVA NÃO CAIA NO HORÁRIO DO JOGO

Minas Arena admite falhas na drenagem, mas diz que nada pode ser feito antes do fim da temporada

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Problema antigo. Na véspera da reabertura do Mineirão, o campo
já havia ficado alagado, mas a empresa negava falhas no sistema
Se chover forte nesta quarta, jogadores de Cruzeiro e Atlético terão que disputar o clássico decisivo da Copa do Brasil em meio a poças de água, assim como ocorreu no jogo do tetracampeonato brasileiro da Raposa, nesse domingo, no Mineirão, contra o Goiás.
Isso porque a Minas Arena, consórcio que gere o Gigante da Pampulha, admitiu nesta segunda que nada pode ser feito até a hora do jogo. Por meio da assessoria de imprensa, a empresa explicou que o escoamento da água nas laterais, com o atual sistema de drenagem, é mais lento, e que o problema só deverá ser sanado durante o recesso de jogos, após o fim da temporada.
Conforme o consórcio, o gramado foi construído seguindo o caderno de encargos da Fifa para a disputa da Copa do Mundo, e é constantemente vistoriado por técnicos. As poças acabam se formando por causa de uma das fibras colocadas no piso. “Uma fibra colocada no gramado, por determinação da Fifa, faz com que em uma área específica do campo do jogo, na lateral, a drenagem da água da chuva ocorra de forma mais lenta”.
A fibra elástica, amplamente utilizada nos gramados europeus, serve para dar mais firmeza ao gramado, mas deixa o campo também mais impermeável. O Mineirão foi o primeiro estádio da Copa no Brasil a receber esse sistema.
A empresa relembrou que campo de jogo é composto por duas gramas: a de inverno e a de verão. O não crescimento da primeira, pela escassez de chuva na capital por um certo período, teria contribuído para piorar a situação da grama. “O esperado por especialistas era que a grama de inverno plantada no estádio para a Copa do Mundo resistiria até o fim da temporada dos campeonatos nacionais, o que não se confirmou devido ao prolongado período sem chuvas em Belo Horizonte, gerando um aspecto diferente do que o público está acostumado a acompanhar no Mineirão”, informou o consórcio, sem, no entanto, fazer referência ao sistema de irrigação, que poderia suprir a falta de chuvas.
Por fim, a Minas Arena espera, com a interrupção dos jogos no fim do ano, melhorar o sistema de drenagem e o gramado do Mineirão. “A concessionária irá utilizar o período de recesso do futebol, para realizar os ajustes e trabalhos necessários para que o campo volte a ter um perfeito escoamento da água e a qualidade que sempre apresentou”.
Temporal
Média. A chuva caiu com mais intensidade no domingo na região da Pampulha, onde fica o Mineirão. Segundo o Inmet, a média histórica para novembro na região é de 227 mm. Até nesta segunda, havia chovido 146 mm.
Mesmo com alagamentos, empresa negava problemas

No dia 2 de fevereiro de 2013, um dia antes da reabertura do Mineirão – ficado fechado para reformas por cerca de dois para receber jogos da Copa do Mundo –, uma forte chuva deixou o campo alagado. Tensão para o dia seguinte, quando Cruzeiro e Atlético fariam o jogo inaugural, valendo pelo Campeonato Mineiro. Menos mal que não tenha chovido na hora da partida, vencida pelo Cruzeiro por 2 a 1.

Mas a preocupação continuou, e a concessionária Minas Arena, administradora do estádio, teve que defender o recém-instalado sistema de drenagem.

Na época, o então presidente da Minas Arena, Ricardo Barra, disse que não havia necessidade de melhorias no escoamento. “A drenagem está adequada à funcionalidade que se preza. As chuvas atípicas. Não há qualquer previsão de troca do gramado”, disse Barra na ocasião.

No entanto, em uma partida do Cruzeiro contra o Minas Boca, de Sete Lagoas, em março deste ano, pelo Campeonato Mineiro, o gramado voltou a ficar alagado. Após novos problemas no último domingo, a Minas Arena finalmente admite que há necessidade de se fazer correções.

O Tempo

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