Em partida para Gigliotti esquecer, Pisculichi domina o jogo e coloca o River na final da Sul-Americana
Gigliotti perde pênalti ainda aos dois minutos de jogo, para desespero do Boca Juniors |
Pela primeira vez na história o River Plate eliminou o rival Boca Juniors em um confronto mata-mata. Com um gol de Pisculichi, melhor jogador no estádio Monumental de Nuñes, em Buenos Aires, o Millionários agora pode comemorar uma vaga na final da Copa Sul-Americana com o placar de 1 a 0.
O jogo marcou também a fatídica lembrança de Max Lopez no último confronto em competição internacionais entre os rivais. Há dez anos, River e Boca decidiam a semifinal da Libertadores de 2004. Com gols de Gonzalez, Nasuti e ainda Carlitos Tévez, a decisão terminou nos pênaltis - com vantagem para o La Boca por 5 a 4.
Outra curiosidade também mexeu com os ânimos do River Plate nesta semana. Há 11 anos o clube não chega a uma final de competição continental. A última vez foi exatamente na Copa Sul-Americana de 2003, contra o Cienciano-PER, mas acabou derroto por por 1 a 0 na grande final, após empatar em 3 a 3 no primeiro jogo.
TIREM OS CARDÍACOS DA SALA
Em campo, no estádio Monumental de Nuñes, havia muito mais que 22 jogadores e uma disputa por uma vaga na grande final da Sul-Americana contra o Atlético Nacional-COL. Ao olhar para o gramado era possível ver toda a rivalidade que o confronto carregava, enquanto a torcida do River Plate fez um show a parte nas arquibancadas.
De um lado Pisculichi e Teó Gutiérrez, do outro Fernando Gago e Calleri. Com muitos jogadores lutando por uma oportunidade de se tornar protagonistas, foi o árbitro Germán Delfino que resolveu chamar a atenção. Com apenas 20 segundos de jogo, o 'ator do apito' marcou um pênalti de Ariel Rojas em Marcelo Meli.
Houve muita reclamação e protesto dos jogadores do River, porém nada poder ser feito. Mas parece que os 'deuses do futebol' resolveram criar um vilão para o confronto, que já contava com um candidato a protagonista. Gigliotti pegou a bola e caminhou em direção a grande área, enquanto pedia calma ao restante do elenco. Na cobrança, de forma previsível, o atacante viu Barovero pular no canto esquerdo e espalmar para fora, no momento em que o Monumental explodiu em Buenos Aires.
Quase dez minutos depois, quando o relógio marcava dezesseis jogados, o River Plate promoveu uma bela troca de passes no campo de ataque. No canto esquerdo da grande área, Vangioni recebeu e errou por muito o chute, mas Pisculichi ainda conseguiu aproveitar a sobra no meio da grande área e bateu de primeira, no canto esquerdo do goleiro Orión, sem chances ao adversário. O placar estava inaugurado no histórico confronto argentino.
Depois de muito pressionar, o River voltou ao campo defensivo e viu o adversário criar boas chances. Após cobrança de falta no lado direito, a zaga adversário afasta e o Boca joga a bola de novo na área, para Gigliotti. o atacante domina e bate forte, sem chances para o goleiro Barovero, mas o assistente assinala impedimento de forma errada, já que a zaga do River dava condição ao jogador. Nem mesmo a sorte estava do lado do camisa nove.
Aos 38 minutos, novamente em cobrança de falta, mas agora mais centralizado, Calleri sobe sozinho na marca do pênalti e cabeceia em direção ao gol de Barovero, que pula e vê a bola passar por cima do seu travessão. Pouco tempo depois, o River respondeu e Vangioni cruza para Téo Gutiérrez, que escorou firme para a meta, mas Orión fez grande defesa no Monumental.
E a redonda voltou a punir Gigliotti. Realmente este não era o dia do atacante. Em bola levantada na área mais uma vez pelo Boca, Fuenzalida, zagueiro adversário que tinha acabado de entrar no jogo, rebate mal para trás e ela sobra sozinha para o atacante, que tenta bater de cabeça, no contra pé de Barovero, mas joga para fora.
NO SANGUE, NA RIVALIDADE
O segundo tempo recebeu um tom mais de guerra no gramado do estádio Monumental de Nuñes. Com apenas treze minutos jogados, o árbitro Germán Delfino já havia aplicado dois cartões amarelos, um para cada lado. Foram pontapés, chutes, chegadas atrasadas e carrinhos firmes que terminavam em pequenas discussões
Com a torcida a seu favor, o River Plate ensaiou uma pressão diante do rival. Pisculichi chegou a bater firme para o gol, enquanto Téo Gutiérrez também obrigou o goleiro Orión a fazer uma grande defesa. Pouco tempo depois, Sánchez finta bem e chega na linha de fundo, mas não consegue acertar um bom cruzamento para Pisculichi.
No banco de reservas, os técnicos Arruabarrena e Gallardo resolveram trabalhar. O visitante tirou Fuenzalida, que já tinha entrada no decorrer da partida, mas que levou um cartão amarelo infantil e estava correndo o risco de deixar o campo mais cedo. Do outro lado, o dono da casa tirou Pisculichi, o melhor jogador em campo, e colocou Cavenaghi.
Sem mais meio-campo, o Boca Juniors se desesperou e apostou nas bolas alçadas na grande área, mas sem sucesso. O time de Rodolfo Arruabarrena precisava de apenas um gol, bonito ou feio, para calar o Monumental e chegar a grande final. E por mais que o árbitro tenha acrescentado cinco minutos, o River segurou o empate e garantiu a vaga.
PRÓXIMOS JOGOS
Agora na grande final da Copa Sul-Americana, o River Plate volta ao campo na próxima quarta-feira, às 22 horas, no estádio Atanasio Girardot, em Medellín, na Colômbia, contra o Atlético Nacional - que eliminou o São Paulo nos pênaltis na outra semifinal.
Gols: River Plate-ARG: Pisculichi 16' 1T
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Local
Monumental de Nuñes - Buenos Aires
River Plate-ARG
Marcelo Barovero;
Mercado, German Pezzella, Ramiro Funes Mori e Vangioni;
Carlos Sánchez, Ponzio, Pisculichi (Augusto Solari) e Ariel Rojas;
Teófilo Gutiérrez e Rodrigo Mora (Cavenaghi).
Mercado, German Pezzella, Ramiro Funes Mori e Vangioni;
Carlos Sánchez, Ponzio, Pisculichi (Augusto Solari) e Ariel Rojas;
Teófilo Gutiérrez e Rodrigo Mora (Cavenaghi).
Técnico: Marcelo Gallardo
Boca Juniors-ARG
Orión;
Leandro Marín, Forlín, Cata Díaz e Colazo;
Erbes (Castellani), Fernando Gago (Fuenzalida e Andrés Chávez), Carrizo e Marcelo Meli;
Calleri e Gigliotti.
Leandro Marín, Forlín, Cata Díaz e Colazo;
Erbes (Castellani), Fernando Gago (Fuenzalida e Andrés Chávez), Carrizo e Marcelo Meli;
Calleri e Gigliotti.
Técnico: Rodolfo Arruabarrena
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