terça-feira, 18 de novembro de 2014

EMPREITEIRA MENDES JÚNIOR ADMITE PAGAMENTO DE PROPINA DE R$ 8 MILHÕES A YOUSSEF

Motivo seria evitar represálias em contrato da empreiteira com a Petrobras; informações foram dadas pelo advogado do doleiro, que acompanhou depoimento na PF em Curitiba

Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente
executivo da Mendes Júnior
O vice-presidente executivo da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, afirmou nesta terça-feira (18) à Polícia Federal que pagou R$ 8 milhões ao doleiro Alberto Youssef entre julho e setembro de 2011. O motivo seria evitar represálias em contrato da empreiteira com a Petrobras.
As informações foram dadas pelo seu advogado Marcelo Leonardo, que acompanhou o depoimento na PF em Curitiba. A jornalistas, afirmou que Youssef foi apresentado à empresa pelo deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010. Ele disse que seu cliente não sabia para onde foi o dinheiro, depositado em contas de empresas do doleiro.
"A empresa que não fizesse pagamento não receberia a fatura a que teria direito legitimamente", disse Leonardo, que defendeu Marcos Valério durante o mensalão.
Segundo a advogado, a extorsão era ligada a um contrato da Mendes Júnior com a Petrobras para obras na refinaria Presidente Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.
Na segunda-feira, o diretor de óleo e gás da construtora Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, deu versão semelhante à da Mendes Júnior. Segundo ele, a empresa aceitou pagar propina ao esquema de Youssef após ter sido ameaçada de represália em contratos com a Petrobras.
O advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, disse desconhecer o teor do depoimento de Mendes e não comentou o suposto pagamento de propina.
Saúde
Ele manifestou preocupação com a saúde doleiro. "O cárcere dificulta a alimentação correta e mesmo a movimentação. A PF tem se esforçado, mas me parece que é um risco à saúde." Ele quer que seu cliente seja avaliado por um médico particular.
No final de outubro, Youssef foi internado por problemas no coração.
Folhapress

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