quarta-feira, 6 de março de 2013

VEJA COMO FOI O TERCEIRO DIA DO JULGAMENTO DO EX-GOLEIRO BRUNO




06 março 2013 13:26
Por Daniel Silveira

O promotor Henry Vasconcelos acredita que Bruno Fernandes optará pelo silêncio durante o interrogatório, previsto para começar logo mais. O responsável pela acusação falou com os jornalistas que o réu, provavelmente, não responderá às suas perguntas, mas garantiu que as fará mesmo assim. A defesa, no entanto, garante que o goleiro irá contar à juíza toda a verdade sobre o desaparecimento de Eliza Samudio.
Nessa terça-feira, após o depoimento de Dayanne dos Santos, o promotor garantiu que uma possível confissão do goleiro é irrelevante para a acusação. Segundo ele, as provas que constam no processo são suficientes para condenar o acusado. Henry afirma que Bruno é o mentor de todo o plano macabro para dar fim à vida de Eliza Samudio.
A juíza Marixa Fabiane Rodrigues abriu às 13h23 desta quarta-feira o início da terceira sessão do julgamento de Bruno e Dayanne Rodrigues, ex-mulher do atleta. A magistrada permitiu que os advogados do réu conversassem com ele antes dele entrar no plenário. 
A previsão é que nesta quarta ocorra apenas o interrogatório do principal acusado, restando para quinta-feira o debate entre acusação e defesa. Ao fim, deverá ser anunciada a sentença de Bruno e Dayanne.

06 março 2013 14:12
Por Daniel Silveira

Logo que Bruno se sentou de frente à juíza Marixa Fabiane Rodrigues, o advogado do goleiro, Lúcio Adolfo, pediu permissão à magistrada para fazer uma consideração inicial. O defensor disse que, sob sua orientação, o acusado não irá responder a nenhuma pergunta feita pela promotoria ou por advogados de outros réus. Afirmou que ele irá responder apenas aos questionamentos feitos pela juíza e pelos jurados. 
A juíza, então, deu início à leitura da denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o goleiro, que responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

06 março 2013 14:30
Por Daniel Silveira

Depois de ler a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra Bruno Fernandes, a juíza informou ao goleiro a tipificação dos crimes aos quais é acusado e perguntou ao réu se ele é culpado. “Excelência, como mandante dos fatos não. Mas, de certa forma, eu me sinto culpado sim”, disse.
Em seguida, a magistrada perguntou quem convidou Eliza Samudio para se hospedar no hotel do Rio de Janeiro. Ao invés de responder a questão, Bruno perguntou à magistrada “posso falar tudo na ordem como aconteceu?”. A juíza concordou e ele passou a narrar quando conheceu a modelo, numa festa na casa de um amigo.
Antes do início do interrogatório, correu boato nos corredores de que Bruno vai entregar o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e atribuir toda a culpa pela articulação do crime ao amigo de infância Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Será? Vamos aguardar...

06 março 2013 14:49

Por Daniel Silveira

A relação com Luiz Henrique Romão, o Macarrão, passa a permear o depoimento de Bruno. O goleiro diz à juíza que convidou o amigo de infância para morar com ele no Rio de Janeiro para assumir todo o controle financeiro do jogador. “”Ele exercia um cargo na minha vida, uma grande responsabilidade de cuidar das contas. Até para eu sair precisava pedir dinheiro a ele. Eu ficava por conta apenas de jogar futebol”, declarou. 
A juíza perguntou a Bruno se ele e Macarrão tinham uma amizade superficial ou íntima. “Nossa amizade é de como se fossemos irmãos”, afirmou o goleiro. A magistrada quis saber mais detalhes sobre a relação de ambos. Bruno revelou uma mudança no comportamento de Macarrão, o que deixou Ingrid, sua atual esposa, incomodada. "Ele queria dominar tudo, tomar conta de tudo. Parecia até ser o Bruno".
Segundo Bruno, apesar das reclamações de Ingrid, ele não tomou nenhuma atitude contra Macarrão, até que a noiva decidiu voltar para a casa da mãe, porque eles estavam perdendo a privacidade dentro do lar.

06 março 2013 15:01
Por Daniel Silveira 

Bruno parece estar seguindo à risca as orientações dos advogados. Na terça-feira, Tiago Lenoir, um de seus defensores, afirmou à imprensa que o goleiro iria se valer de "muita humildade" para narrar à juíza "a verdade dos fatos".  
Em quase uma hora de depoimento, inúmeros "obrigado, Excelência" e "desculpe, Excelência" têm intercalado as declarações do réu, que conduz a narrativa numa aparente tentativa de atribuir ao amigo de infância Macarrão toda articulação do crime. Além disso, ele só ergue a cabeça quando se dirige à juíza. Enquanto a magistrada fala ele se mantém cabisbaixo.

06 março 2013 15:34
Por Daniel Silveira e João Henrique do Vale 

Bruno contou que no dia 3 de junho, um dia antes da data em que Eliza foi levada do Rio de Janeiro para Minas Gerais, ele se encontrou com Ingrid para tentar reatar a relação, já que ela havia saído de casa por causa do comportamento de Macarrão. Eles estavam na praia quando Macarrão telefonou para o celular da Ingrid, já que o dele estava desligado. O amigo disse que precisava do carro dele para ele e Jorge resolverem um problema, que não revelou ao jogador qual era.
O atleta entregou o carro e seguiu com a noiva. À noite, disse que tentou ligar para o amigo e o primo “para saber o que estava acontecendo porque eu fiquei preocupado, mas só dava caixa postal”. Ele e Ingrid dormiram em um hotel, onde Bruno tinha o hábito de se hospedar. Pela manhã, foram surpreendidos por Macarrão, que tinha livre acesso ao quarto. O amigo contou que o tal problema a resolver na noite anterior era com Eliza.
Macarrão então contou para Bruno que a modelo havia ameaçado procurar um jornal local para promover um escândalo por causa do não pagamento da pensão exigida. No encontro, o primo do goleiro, Jorge, teria discutido com Eliza e ambos acabaram trocando agressões físicas. “Eu falei que estava respondendo um processo e você agora esta me trazendo mais problemas, olha o que você está fazendo”, teria dito Bruno ao Macarrão, que revelou ter levado a modelo para a casa do jogador no Recreio do Flamengo.
“Eu questionei, porquê você levou para a minha casa? Ele falou para eu não preocupar. Que era para me preocupar apenas com o jogo (entre Flamengo e Goiás)”. Bruno contou que só voltou para a casa depois da partida e que ao chegar lá se surpreendeu ao encontrar Fernanda segurando Bruninho na sala. Ao perguntar o que ela fazia ali, a jovem teria respondido que não sabia de nada, que só estava lá para ajudar. Ao chegar no segundo andar, encontrou Eliza machucada, com hematomas no rosto. 
Bruno chamou Jorge e Macarrão no quarto para questionar a agressão contra a modelo. Disse ter repreendido o primo adolescente e afirmou que, inclusive, bateu no rapaz na frente de Eliza, que pediu a ele que parasse com a agressão. Preocupado com a situação da vítima, perguntou se ela queria ir a um hospital, ela negou, mas pediu remédio para dor de cabeça. “Eu fui na farmácia, comprei um remédio de dor de cabeça, uma pomada, e eu mesmo fiz o curativo nela”, contou. 
Em seguida, a juíza interrompeu o interrogatório para que os jurados e o réu fossem ao banheiro.

06 março 2013 15:58
Por Daniel Silveira e João Henrique do Vale 

Na versão do goleiro para a viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais, ele afirma que Eliza Samudio foi levada contra a vontade dele. Contou o que todo mundo já disse antes, que ele e Fernanda seguiram em um carro, enquanto Macarrão, Jorge e Eliza em outro. Disse que ao chegar na Grande BH, pararam na rodovia para telefonar a um dos caseiros do sítio, pois queria saber se a ex-mulher, Dayanne Rodrigues, estava na propriedade.
O sítio estava livre, mas Macarrão falou que iria para o motel em Contagem, onde tinha o hábito de se hospedar. Bruno seguiu com Fernanda para a casa mãe, mas quando chegou lá soube que Dayanne estava no imóvel. “Perguntei para Fernanda se ela queria conhecer minhas origens”, disse o jogador. Por causa da ex-mulher, eles desistiram de entrar na casa e foram para Ribeirão das Neves, onde o time 100%, patrocinado pelo jogador, iria disputar uma partida.
Terminado o jogo, no fim da tarde, foram para um bar comemorar a vitória. Além de todos os jogadores do time de várzea, também estavam na comemoração Eliza e o bebê, que foram levados por Macarrão e Jorge. O goleiro afirmou ter feito questão de apresentar Bruninho como filho a todos os presentes. “Não posso afirmar que ele (Macarrão) foi direto do motel para o jogo, mas pelo que sei ele foi para o sítio antes”, esclareceu Bruno.
À noite, segundo Bruno, Eliza pediu para ir embora. Como ele estava bebendo, foi Macarrão quem a conduziu ao sítio. O jogador deu a entender que a modelo estava bem a vontade durante a viagem.

06 março 2013 16:06
Por Daniel Silveira e João Henrique do Vale

O argumento para trazer Eliza a Minas Gerais é a quantia de R$ 30 mil que havia prometido à modelo. Bruno contou à juíza que tinha esse valor em espécie no sítio em Esmeraldas. A magistrada perguntou porque ele não deu o dinheiro logo que chegaram. Ele justificou que esse dinheiro seria usado para custear uma viagem do 100% e que o Macarrão deveria fazer novo saque para repassar à Eliza.

06 março 2013 16:19
Por Daniel Silveira e João Henrique do Vale

O depoimento arrastado do goleiro Bruno começou a ganhar ritmo. E muitas lágrimas. Depois de contar que Macarrão entregou os R$ 30 mil a Eliza ainda no sítio e afirmar que a jovem quis permanecer na propriedade “porque já estava muito a vontade”, o réu chega, enfim, à noite em que Eliza foi levada para a morte.
Segundo Bruno, Macarrão contou que levaria Eliza a um ponto de táxi e que saíram ela, o amigo, o bebê e o primo Jorge. Foi então que começaram a surgir na voz do goleiro impressões de um choro contido. Afirmou que a modelo disse a ela que o dinheiro seria usado para resolver problemas pessoais em São Paulo. “Eu acreditei que seria aquilo ali mesmo”, afirmou o goleiro.
A partir de então Bruno começou mesmo a chorar. Ao menos era o que indicavam as fungadas dele. Disse que passava das 22h quando Macarrão e Jorge retornaram apenas com Bruninho. “Jorge muito assustado e o Macarrão um pouco mais tranquilo”, disse. Contou que estranhou a ausência da Eliza e perguntou onde ela estava. “Pelo amor de deus, o que vocês fizeram com ela?”.
A resposta de Macarrão, segundo Bruno, foi de que “o problema que tanto te atormentava” estava resolvido. Chorando muito, Bruno disse que tomou Bruninho no colo, levou para Dayanne, e disse que tinha que conversar com os meninos sobre o que tinha acontecido.

06 março 2013 16:34
Por Daniel Silveira e João Henrique do Vale 
   
Bruno contou que Jorge fez um relato macabro sobre o assassinato de Eliza e afirmou que primo disse que Macarrão ajudou a mata-la. “Ajudou a quem”, perguntou a juíza. Bruno não respondeu prontamente a pergunta. “Neste momento em que ele falou comigo eu fiquei desesperado, chorei muito, estava com medo por tudo que aconteceu”, disse.
O goleiro continuou a narrativa falando que repreendeu Macarrão, que ele não deveria ter feito isso. Mas o amigo voltou a justificar que tinha resolvido um problema. Chorando, repetiu que sentiu medo. Muito medo, enfatizou. Seguiu relatando o que Jorge contou para ele naquele noite. O primo teria dito, o que já foi contado em outras versões, que da região da Pampulha seguiram para Vespasiano.
Surgiu da boca de Bruno, enfim, o nome do assassino. Sem novidades. “Macarrão entregou a Eliza pra um rapaz chamado Neném”, disse. E contou, ou melhor, recontou a descrição do homem perguntando se a modelo usava drogas, do Macarrão amarrando as mãos delas e do tal Neném estrangulando ela até a morte. Afirmou à juíza ainda que o primo adolescente garantiu que Eliza foi esquartejada, que viu a mão dela ser retirada de um saco preto e o homem perguntando se queriam ver o resto do corpo – momento em que, segundo o goleiro, o primo afirmou terem saído desesperados da casa.
Bruno repetiu à juíza que ficou muito desesperado com o relato. Disse que demorou mais de uma hora e meia para se acalmar um pouco. A juíza voltou a perguntar do executor. Quis saber se o adolescente chegou a falar outro apelido para o tal Neném. “Em nenhum momento comentou comigo”, afirmou o goleiro. A magistrada então falou em “Bola”, e perguntou se o goleiro o conhecia. “Conheci o Bola na Nelson Hungria, lá dentro”, garantiu o réu.

06 março 2013 16:53
Por Daniel Silveira e João Henrique do Vale

Diante do relato do goleiro Bruno, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues pediu aos assistentes para pegar uma pasta específica do processo, a de número 39. Pediu ao réu para ir até a mesa dela e, apontando uma página, pediu a ele que reconhecesse se a letra e a assinatura era dele. Bruno afirmou que sim. Ela pediu a ele que se sentasse, pois iria ler o conteúdo.

Tratava-se de uma carta, enviada por Bruno a Macarrão, em que ele começava tratando o amigo por “querido Maka”, e esclarecia que seus advogados, diante de novas provas do processo, consideravam que deveria ser usado um plano B.

“Quero saber o que você quis dizer como plano B”, perguntou a juíza. Bruno explicou que já estava preso há muito tempo e que queria que o Macarrão assumisse tudo o que fez. Destacou ainda que pediu desculpas ao amigo na carta por querer que ele permanecesse na cadeia

06 março 2013 17:03
Por Daniel Silveira e João Henrique do Vale

Mesmo quem acompanha pela transmissão de vídeo o interrogatório do goleiro Bruno Fernandes pode perceber um singelo sorriso esboçado pelo promotor Henry Vasconcelos quando, pela primeira vez, um dos acusados confirmou a participação do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no crime. 
Parece que o nervosismo fez com que o goleiro Bruno citasse, sem perceber, o nome “Marcos Aparecido”. Os dois defensores do réu estavam posicionados bem a frente dele, mas recuaram no momento em que tal nome foi pronunciado durante resposta de Bruno a uma pergunta da juíza relacionada à execução de Eliza. “Depois dos fatos ele me contou que havia contratado o Marcos Aparecido, o Neném”.
A juíza perguntou, então, se Marcos Aparecido era o Bola. Depois de um curto silêncio, Bruno respondeu que soube pela imprensa que se tratava da mesma pessoa.

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