Por
Daniel Silveira
O promotor Henry
Vasconcelos acredita que Bruno Fernandes optará pelo silêncio durante o
interrogatório, previsto para começar logo mais. O responsável pela acusação
falou com os jornalistas que o réu, provavelmente, não responderá às suas
perguntas, mas garantiu que as fará mesmo assim. A defesa, no entanto, garante
que o goleiro irá contar à juíza toda a verdade sobre o desaparecimento de
Eliza Samudio.
Nessa terça-feira, após o
depoimento de Dayanne dos Santos, o promotor garantiu que uma possível confissão
do goleiro é irrelevante para a acusação. Segundo ele, as provas que constam no
processo são suficientes para condenar o acusado. Henry afirma que Bruno é o
mentor de todo o plano macabro para dar fim à vida de Eliza Samudio.
A juíza Marixa Fabiane Rodrigues
abriu às 13h23 desta quarta-feira o início da terceira sessão do julgamento de
Bruno e Dayanne Rodrigues, ex-mulher do atleta. A magistrada permitiu que os
advogados do réu conversassem com ele antes dele entrar no plenário.
A previsão é que nesta quarta ocorra apenas o
interrogatório do principal acusado, restando para quinta-feira o debate entre
acusação e defesa. Ao fim, deverá ser anunciada a sentença de Bruno e Dayanne.
06 março 2013
14:12
Por
Daniel Silveira
Logo que Bruno se sentou de
frente à juíza Marixa Fabiane Rodrigues, o advogado do goleiro, Lúcio Adolfo,
pediu permissão à magistrada para fazer uma consideração inicial. O defensor
disse que, sob sua orientação, o acusado não irá responder a nenhuma pergunta
feita pela promotoria ou por advogados de outros réus. Afirmou que ele irá
responder apenas aos questionamentos feitos pela juíza e pelos jurados.
A juíza, então, deu início à leitura da denúncia
oferecida pelo Ministério Público contra o goleiro, que responde por sequestro
e cárcere privado de Eliza e do bebê, por homicídio triplamente qualificado e
ocultação de cadáver.
06 março 2013
14:30
Por
Daniel Silveira
Depois
de ler a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra Bruno Fernandes, a
juíza informou ao goleiro a tipificação dos crimes aos quais é acusado e
perguntou ao réu se ele é culpado. “Excelência, como mandante dos fatos não.
Mas, de certa forma, eu me sinto culpado sim”, disse.
Em
seguida, a magistrada perguntou quem convidou Eliza Samudio para se hospedar no
hotel do Rio de Janeiro. Ao invés de responder a questão, Bruno perguntou à
magistrada “posso falar tudo na ordem como aconteceu?”. A juíza concordou e ele
passou a narrar quando conheceu a modelo, numa festa na casa de um amigo.
Antes do início do
interrogatório, correu boato nos corredores de que Bruno vai entregar o
ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e atribuir toda a culpa
pela articulação do crime ao amigo de infância Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Será? Vamos aguardar...
06 março 2013
14:49
Por
Daniel Silveira
A relação com Luiz
Henrique Romão, o Macarrão, passa a permear o depoimento de Bruno. O goleiro
diz à juíza que convidou o amigo de infância para morar com ele no Rio de
Janeiro para assumir todo o controle financeiro do jogador. “”Ele exercia um
cargo na minha vida, uma grande responsabilidade de cuidar das contas. Até para
eu sair precisava pedir dinheiro a ele. Eu ficava por conta apenas de
jogar futebol”, declarou.
A
juíza perguntou a Bruno se ele e Macarrão tinham uma amizade superficial ou
íntima. “Nossa amizade é de como se fossemos irmãos”, afirmou o goleiro. A
magistrada quis saber mais detalhes sobre a relação de ambos. Bruno revelou uma
mudança no comportamento de Macarrão, o que deixou Ingrid, sua atual esposa,
incomodada. "Ele queria dominar tudo, tomar conta de tudo. Parecia até ser
o Bruno".
Segundo
Bruno, apesar das reclamações de Ingrid, ele não tomou nenhuma atitude contra
Macarrão, até que a noiva decidiu voltar para a casa da mãe, porque eles
estavam perdendo a privacidade dentro do lar.
06 março 2013
15:01
Por
Daniel Silveira
Bruno
parece estar seguindo à risca as orientações dos advogados. Na terça-feira,
Tiago Lenoir, um de seus defensores, afirmou à imprensa que o goleiro iria se valer
de "muita humildade" para narrar à juíza "a verdade dos
fatos".
Em quase uma hora de
depoimento, inúmeros "obrigado, Excelência" e "desculpe,
Excelência" têm intercalado as declarações do réu, que conduz a narrativa
numa aparente tentativa de atribuir ao amigo de infância Macarrão toda
articulação do crime. Além disso, ele só ergue a cabeça quando se dirige à
juíza. Enquanto a magistrada fala ele se mantém cabisbaixo.
06 março 2013
15:34
Por
Daniel Silveira e João Henrique do Vale
Bruno
contou que no dia 3 de junho, um dia antes da data em que Eliza foi levada do
Rio de Janeiro para Minas Gerais, ele se encontrou com Ingrid para tentar
reatar a relação, já que ela havia saído de casa por causa do comportamento de
Macarrão. Eles estavam na praia quando Macarrão telefonou para o celular da
Ingrid, já que o dele estava desligado. O amigo disse que precisava do carro
dele para ele e Jorge resolverem um problema, que não revelou ao jogador qual
era.
O
atleta entregou o carro e seguiu com a noiva. À noite, disse que tentou ligar
para o amigo e o primo “para saber o que estava acontecendo porque eu fiquei
preocupado, mas só dava caixa postal”. Ele e Ingrid dormiram em um hotel, onde
Bruno tinha o hábito de se hospedar. Pela manhã, foram surpreendidos por
Macarrão, que tinha livre acesso ao quarto. O amigo contou que o tal problema a
resolver na noite anterior era com Eliza.
Macarrão
então contou para Bruno que a modelo havia ameaçado procurar um jornal local
para promover um escândalo por causa do não pagamento da pensão exigida. No
encontro, o primo do goleiro, Jorge, teria discutido com Eliza e ambos acabaram
trocando agressões físicas. “Eu falei que estava respondendo um processo e você
agora esta me trazendo mais problemas, olha o que você está fazendo”, teria
dito Bruno ao Macarrão, que revelou ter levado a modelo para a casa do jogador
no Recreio do Flamengo.
“Eu
questionei, porquê você levou para a minha casa? Ele falou para eu não
preocupar. Que era para me preocupar apenas com o jogo (entre Flamengo e
Goiás)”. Bruno contou que só voltou para a casa depois da partida e que ao
chegar lá se surpreendeu ao encontrar Fernanda segurando Bruninho na sala. Ao
perguntar o que ela fazia ali, a jovem teria respondido que não sabia de nada,
que só estava lá para ajudar. Ao chegar no segundo andar, encontrou Eliza
machucada, com hematomas no rosto.
Bruno
chamou Jorge e Macarrão no quarto para questionar a agressão contra a modelo.
Disse ter repreendido o primo adolescente e afirmou que, inclusive, bateu no
rapaz na frente de Eliza, que pediu a ele que parasse com a agressão.
Preocupado com a situação da vítima, perguntou se ela queria ir a um hospital,
ela negou, mas pediu remédio para dor de cabeça. “Eu fui na farmácia, comprei
um remédio de dor de cabeça, uma pomada, e eu mesmo fiz o curativo nela”,
contou.
Em seguida, a juíza
interrompeu o interrogatório para que os jurados e o réu fossem ao banheiro.
06 março 2013
15:58
Por
Daniel Silveira e João Henrique do Vale
Na versão do goleiro para
a viagem do Rio de Janeiro a Minas Gerais, ele afirma que Eliza Samudio foi
levada contra a vontade dele. Contou o que todo mundo já disse antes, que ele e
Fernanda seguiram em um carro, enquanto Macarrão, Jorge e Eliza em outro. Disse
que ao chegar na Grande BH, pararam na rodovia para telefonar a um dos caseiros
do sítio, pois queria saber se a ex-mulher, Dayanne Rodrigues, estava na
propriedade.
O
sítio estava livre, mas Macarrão falou que iria para o motel em Contagem, onde
tinha o hábito de se hospedar. Bruno seguiu com Fernanda para a casa mãe, mas
quando chegou lá soube que Dayanne estava no imóvel. “Perguntei para Fernanda
se ela queria conhecer minhas origens”, disse o jogador. Por causa da
ex-mulher, eles desistiram de entrar na casa e foram para Ribeirão das Neves,
onde o time 100%, patrocinado pelo jogador, iria disputar uma partida.
Terminado
o jogo, no fim da tarde, foram para um bar comemorar a vitória. Além de todos
os jogadores do time de várzea, também estavam na comemoração Eliza e o bebê,
que foram levados por Macarrão e Jorge. O goleiro afirmou ter feito questão de
apresentar Bruninho como filho a todos os presentes. “Não posso afirmar que ele
(Macarrão) foi direto do motel para o jogo, mas pelo que sei ele foi para o
sítio antes”, esclareceu Bruno.
À noite, segundo Bruno,
Eliza pediu para ir embora. Como ele estava bebendo, foi Macarrão quem a
conduziu ao sítio. O jogador deu a entender que a modelo estava bem a vontade
durante a viagem.
06 março 2013
16:06
Por
Daniel Silveira e João Henrique do Vale
O argumento para trazer
Eliza a Minas Gerais é a quantia de R$ 30 mil que havia prometido à modelo.
Bruno contou à juíza que tinha esse valor em espécie no sítio em Esmeraldas. A
magistrada perguntou porque ele não deu o dinheiro logo que chegaram. Ele
justificou que esse dinheiro seria usado para custear uma viagem do 100% e que
o Macarrão deveria fazer novo saque para repassar à Eliza.
06 março 2013
16:19
Por Daniel Silveira e
João Henrique do Vale
O depoimento arrastado do
goleiro Bruno começou a ganhar ritmo. E muitas lágrimas. Depois de contar que
Macarrão entregou os R$ 30 mil a Eliza ainda no sítio e afirmar que a jovem
quis permanecer na propriedade “porque já estava muito a vontade”, o réu chega,
enfim, à noite em que Eliza foi levada para a morte.
Segundo Bruno, Macarrão
contou que levaria Eliza a um ponto de táxi e que saíram ela, o amigo, o bebê e
o primo Jorge. Foi então que começaram a surgir na voz do goleiro impressões de
um choro contido. Afirmou que a modelo disse a ela que o dinheiro seria usado
para resolver problemas pessoais em São Paulo. “Eu acreditei que seria aquilo
ali mesmo”, afirmou o goleiro.
A partir de então Bruno
começou mesmo a chorar. Ao menos era o que indicavam as fungadas dele. Disse
que passava das 22h quando Macarrão e Jorge retornaram apenas com Bruninho.
“Jorge muito assustado e o Macarrão um pouco mais tranquilo”, disse. Contou que
estranhou a ausência da Eliza e perguntou onde ela estava. “Pelo amor de deus,
o que vocês fizeram com ela?”.
A resposta de Macarrão,
segundo Bruno, foi de que “o problema que tanto
te atormentava” estava resolvido. Chorando muito, Bruno disse que tomou
Bruninho no colo, levou para Dayanne, e disse que tinha que conversar com os
meninos sobre o que tinha acontecido.
06 março 2013 16:34
Por Daniel Silveira e
João Henrique do Vale
Bruno contou que Jorge
fez um relato macabro sobre o assassinato de Eliza e afirmou que primo disse
que Macarrão ajudou a mata-la. “Ajudou a quem”, perguntou a juíza. Bruno não
respondeu prontamente a pergunta. “Neste momento em que ele falou comigo eu fiquei
desesperado, chorei muito, estava com medo por tudo que aconteceu”, disse.
O goleiro continuou a
narrativa falando que repreendeu Macarrão, que ele não deveria ter feito isso.
Mas o amigo voltou a justificar que tinha resolvido um problema. Chorando, repetiu
que sentiu medo. Muito medo, enfatizou. Seguiu relatando o que Jorge contou
para ele naquele noite. O primo teria dito, o que já foi contado em outras
versões, que da região da Pampulha seguiram para Vespasiano.
Surgiu da boca de Bruno,
enfim, o nome do assassino. Sem novidades. “Macarrão entregou a Eliza pra um
rapaz chamado Neném”, disse. E contou, ou melhor, recontou a descrição do homem
perguntando se a modelo usava drogas, do Macarrão amarrando as mãos delas e do
tal Neném estrangulando ela até a morte. Afirmou à juíza ainda que o primo
adolescente garantiu que Eliza foi esquartejada, que viu a mão dela ser
retirada de um saco preto e o homem perguntando se queriam ver o resto do corpo
– momento em que, segundo o goleiro, o primo afirmou terem saído desesperados
da casa.
Bruno repetiu à juíza que
ficou muito desesperado com o relato. Disse que demorou mais de uma hora e meia
para se acalmar um pouco. A juíza voltou a perguntar do executor. Quis saber se
o adolescente chegou a falar outro apelido para o tal Neném. “Em nenhum momento
comentou comigo”, afirmou o goleiro. A magistrada então falou em “Bola”, e
perguntou se o goleiro o conhecia. “Conheci o Bola na Nelson Hungria, lá
dentro”, garantiu o réu.
06 março 2013 16:53
Por Daniel Silveira e
João Henrique do Vale
Diante do relato do
goleiro Bruno, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues pediu aos assistentes para
pegar uma pasta específica do processo, a de número 39. Pediu ao réu para ir
até a mesa dela e, apontando uma página, pediu a ele que reconhecesse se a
letra e a assinatura era dele. Bruno afirmou que sim. Ela pediu a ele que
se sentasse, pois iria ler o conteúdo.
Tratava-se de uma carta,
enviada por Bruno a Macarrão, em que ele começava tratando o amigo por “querido
Maka”, e esclarecia que seus advogados, diante de novas provas do processo,
consideravam que deveria ser usado um plano B.
“Quero saber o que você
quis dizer como plano B”, perguntou a juíza. Bruno explicou que já estava preso
há muito tempo e que queria que o Macarrão assumisse tudo o que fez. Destacou
ainda que pediu desculpas ao amigo na carta por querer que ele permanecesse na
cadeia
06 março 2013 17:03
Por Daniel Silveira e
João Henrique do Vale
Mesmo quem acompanha pela
transmissão de vídeo o interrogatório do goleiro Bruno Fernandes pode perceber
um singelo sorriso esboçado pelo promotor Henry Vasconcelos quando, pela
primeira vez, um dos acusados confirmou a participação do ex-policial civil
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no crime.
Parece que o nervosismo
fez com que o goleiro Bruno citasse, sem perceber, o nome “Marcos Aparecido”.
Os dois defensores do réu estavam posicionados bem a frente dele, mas recuaram
no momento em que tal nome foi pronunciado durante resposta de Bruno a uma
pergunta da juíza relacionada à execução de Eliza. “Depois dos fatos ele me
contou que havia contratado o Marcos Aparecido, o Neném”.
A juíza perguntou, então,
se Marcos Aparecido era o Bola. Depois de um curto silêncio, Bruno respondeu
que soube pela imprensa que se tratava da mesma pessoa.
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