Volante admite ter vivido maior frustração no clube na decisão do Mineirão
Marquinhos Paraná é um volante que não aparece tanto para a torcida, mas tem função tática importante e ainda é polivalente. Assim foram nos quatro anos de Cruzeiro. Hoje, aos 37 anos, o jogador espera a concretização de duas propostas para saber se segue no futebol brasileiro ou retorna para o Japão, onde passou as duas últimas temporadas.
De “férias” em Pernambuco, o volante conversou com o Superesportes e relembrou a passagem pela Toca da Raposa. De início, o jogador comentou a decisão da Copa Libertadores de 2009, diante do Estudiantes, no Mineirão.
“Ali foi a maior perda que eu tive nos quatro anos de Cruzeiro. A gente tinha tudo para ser campeão. Em poucos minutos tomamos dois gols. Não conseguimos reverter. Uma equipe que nem a do Estudiantes, que era experiente, soube aproveitar o momento. Nossa equipe estava bem, mas infelizmente não deu”, disse.
Porém, um outro episódio oculto da final também atrapalhou os planos do Cruzeiro. Uma discussão de alguns jogadores pela premiação do torneio, antes de a bola rolar, foi citada por Paraná.
“Teve um fato que aconteceu no vestiário, isso pode ocorrer com qualquer equipe. Não chegou a ter briga, mas alguns jogadores discutiram. Uns queriam ganhar mais da premiação por terem participado de mais jogos da campanha. Falavam que estiveram em duas ou três partidas e outros em todas. Te falo que isso é normal em uma equipe que disputa o campeonato. O correto é dividir igual, mas cada um pensa de um jeito e tem jogador que não pensa assim. O mais importante é ganhar o campeonato”, concluiu.
Clássicos
Mas nos quatro anos de Cruzeiro, Paraná não viveu apenas decepções. Um dos pontos mais exaltados pelo jogador foi a hegemonia em clássicos sobre o Atlético.
“Naquela época a equipe do Cruzeiro era bem superior ao Atlético. De uns anos para cá o Atlético melhorou muito. Eu adorava jogar o clássico, era muito bom ganhar o clássico. Depois que ganhamos as duas finais de 5 a 0 foi maravilhoso (Mineiro de 2008 e 2009). Virou um show mesmo para a gente. Quem vinha para o clube chegava com aquela sensação que ia ganhar do rival. O Adilson só mostrava o que era para fazer durante a semana, e dava certo nos jogos contra o Atlético”, destacou.
Sob o comando de Adilson Batista, o Cruzeiro disputou 11 clássicos. Foram oito vitórias, dois empates e uma derrota. Paraná acumula 12 vitórias, dois empates e duas derrotas contra o Atlético.
Questionado sobre os motivos que o grupo atual da Raposa, bicampeão brasileiro e exaltado pela mídia como um dos melhores do país, tem dificuldades em vencer o arquirrival em clássicos, o volante não soube encontrar justificativas. “Isso faz parte do futebol. Não creio que tínhamos mais rivalidade que os de hoje. O jogo é imprevisível”.
Ainda sem pensar no que fazer quando pendurar as chuteiras, Paraná se inspira em jogadores como Zé Roberto, polivalente aos 41 anos. “. Eu joguei de lateral, zagueiro, volante e meia no Cruzeiro...só não fui atacante e goleiro. No meu primeiro jogo a torcida me vaiou. Estava na lateral direita, que nem era minha posição, e fiquei tranquilo. De 2008 até o final de 2011 foram anos maravilhosos na Toca. Não pensei em aposentadoria, mas ver um jogador com o currículo do Zé Roberto inspira a continuar. Vou até onde Deus permitir”, finalizou.
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