sexta-feira, 27 de novembro de 2015

HÁ 10 ANOS A MASSA ATLETICANA FICAVA DE LUTO COM A IDA DO TIME PARA A SEGUNDA DIVISÃO

Há dez anos, o Atlético e sua Massa ficaram de luto com o rebaixamento para a Segunda Divisão

Relembrar datas marcantes sempre provoca um misto de emoções. Alegrias e tristezas estão eternizadas em momentos importantes vividos ao longo dos anos. Mas, para o atleticano, a data desta sexta será sempre contada com a voz embargada pela tristeza.
Há dez anos, o Clube Atlético Mineiro viveu sua maior decepção dentro das quatro linhas. Depois de um 2005 recheado de erros dentro e fora dos gramados, os torcedores foram obrigados a encarar pela primeira vez um rebaixamento para a Segunda Divisão do Brasileiro.
Quem esteve no Mineirão naquela tarde de 27 de novembro de 2005 sabe a realidade do que aconteceu. Sofrimento, tristeza, dor, desapontamento e lágrimas transformaram o Gigante da Pampulha num grande cemitério. No momento em que o árbitro Sálvio Spinola Fagundes Filho apitou o fim da partida contra o Vasco e o empate decretou a queda para a Série B, foi como se cada atleticano estivesse convivendo com a perda de um ente querido.
Porém, depois do choque inicial da tragédia em campo, a Massa deu seu apoio e começou a cantar o hino a plenos pulmões, como se quisesse prestar uma homenagem na despedida.
“Foi um dia muito triste. Acredito que tenha sido o dia mais triste da história do atleticano”, definiu o ex-presidente Alexandre Kalil, que na época estava afastado das funções diretivas do clube.
Os motivos para manchar o nome do clube são vários. Planejamento mal realizado, contratação de medalhões acomodados, atrasos dos salários, trocas de treinadores e falta de estrutura foram as moléstias que infectaram o Galo e o levaram a passar dessa para a pior.
No momento de maior desespero, valeu até apelar para a fé. A quatro rodadas do fim, quando o Atlético venceu o Paysandu por 2 a 0, fora de casa, a esperança foi renovada, mesmo ainda na lanterna. Os jogadores se ajoelharam no meio do campo, rezaram e o atacante Euller vestiu uma camiseta com uma inscrição feita por ele: “Eu creio em milagres”.
“Fiz por causa da torcida. Ela era o único motivo, o que mudou alguma coisa. Falta de compromisso de alguns, muitos técnicos, falta de planejamento e desorganização só poderiam dar na queda para a Série B”, disse o eterno Filho do Vento.
Nem injetar sangue novo na equipe com os garotos da categoria de base subindo para o profissional na reta final adiantou. A contaminação do ambiente com os descompromissados foi letal. Já era tarde demais para a salvação alvinegra naquela temporada.
“Nós, da base, entramos já na reta final do Brasileiro, quando a situação estava bem complicada. É muito difícil para um jogador da base entrar em uma ‘fogueira’ como aquela. Mas a turma mais nova até que foi bem, apesar de não evitar o rebaixamento”, relembra o volante Rafael Miranda.
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Tomou bomba.Um ano antes de cair, o Atlético já havia escapado do rebaixamento. Em 2004, o Galo só foi se salvar na última rodada, com 3 a 0 em cima do São Caetano. A lição não foi aprendida.


28/11/2005 A manchete de O TEMPO na edição do dia seguinte à queda do Atlético para a Segunda Divisão retrata o sentimento de luto vivido pelo torcedores atleticanos.
Um plantel recheado de problemas

Desespero, greve e confusão. Vendo com um distanciamento histórico de dez anos, essa soma de fatores levou o Atlético à queda.

Quando nada dava certo em campo, Tite levou até o filho para a concentração para mostrar união. Em vão.

A diretoria também errava. Sem gols e com derrotas, segurar a insatisfação dos jogadores era impossível.

O estopim foi uma tarde sem treinamento. Sim, uma greve liderada pelos principais jogadores do elenco.

A paralisação jogou a torcida contra o elenco, e, após quedas de Tite e Marco Aurélio, Lori Sandri chegou para mudar o time já para a Série B.

Os medalhões foram afastados e, no vestiário, Catanha e Danrlei se estranharam após célebre frase do goleiro: “O Atlético vai jogar hoje? Está todo mundo aqui”.

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