quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

MARK GLADSTON; O CANTOR QUE ENCANTOU O NOSSO VALE

ANTES DE NOS DEIXAR ELE DEIXOU ESTE RELATO

Mark Gladston em uma de suas apresentações
Na última hora do dia 16 de setembro de 1980 meu pai saia às pressas em direção ao hospital da cidade onde nasci levando minha mãe que sentia dores insuportáveis e falava de maneira quase indefinida. Meu pai não tinha carro e pra adiantar a chegada ao hospital pegou emprestado do seu primo Zezinho Edgard um Fusquinha Beje/78 que na época oferecia conforto e segurança numa cidade pacata de pouco mais de 6 mil habitantes.
Enquanto minha mãe continuava sentindo fortes dores meu pai encontrava uma saída pra amenizar a tensão que sentia nas primeiras horas da madrugada do dia seguinte e foi tomar cerveja no bar da esquina onde o “dia começava à noite” e tinha uma sinuca pano verde, um balcão de madeirite, uma lâmpada de 60v pra iluminar o “buteco” e mais de meia dúzia de homens jogando conversa fora pra gastar o tempo. Não que isso seja ruim, pelo contrário, considero uma das mais autênticas representações de micro-cidade do interior principalmente quando se trata do Vale do Jequitinhonha.Depois de muitas dores cheguei ao mundo por volta das 10h da manhã do dia 17 de setembro de 1980, quarta-feira, meu primeiro nome seria “Hélio” em homenagem a um amigo de meu pai, resolveram então que me batizariam de “Ícaro”, depois novamente houve outra mudança e fui registrado como “Mark”, Mark Gladston Nunes e Souza; hoje meu nome é “Verono” e antes de saber disso tudo eu tinha certeza que este último significa além de outras coisas a mudança, a transição, a transposição.
Nasci numa cidadezinha chamada Minas Novas situada no sertão mineiro. Cresci vendo e ouvindo muita gente astuta que tinham como forma de sobrevivência a esperteza que a faculdade da vida os dava. Então aprendi a ser um observador, um “vedor” que se reforça observando a natureza e se encontra embora as vezes se perdendo no comportamento das pessoas! Enfim, tudo que esteja dentro do campo de percepção dos meus sentidos são caminhos pra momentos de felicidade ou desencanto através da minha incessante vontade de “observação”.
Vim ouvindo de tudo, principalmente meu pai cantando e solfejando fortes notas com sua voz potente e vibrada. Minha maior escola musical foram as festas de família onde todo mundo se encontrava pra tocar e cantar. Quando isso acontecia parecia que a liberdade era maior que se podia, que o dia era feito pra nós e que mesmo sem aplausos as palmas do mundo soavam pra nossa satisfação! Foi nesse rumo que sentia a música acima de tudo como emoção e uma divina maneira de expressar minhas vontades, tristeza, alegria, dor, raiva, desencantos e o que mais a vista puder alcançar, as mãos puderem tocar, o que causa estranheza ou tiver definição ao paladar, o cheiro que me leve a algum lugar, o que soar alto ou suave em minha escuta ou mesmo o que for perceptível aos outros sentidos cujos nomes ainda não sei enumerar.De mim tenho pouco a falar e menos a dizer, a cada dia me descubro mais e me perco menos, a partir de então sou uma nova pessoa cada vez mais curiosa em compreender o que cremos o que acreditamos e porque defendemos! Acho que sou compositor desde criancinha quando meu pai me dizia que eu rimava “banana com fogão”, mas quanto mais me enveredo pelos caminhos da música tenho a certeza que mesmo havendo dor, felicidade ou rancor tudo isso será motivo pra uma nova canção.
Suas Canções:
Jequitivale >> "Vale que vale cantar
Vale que vale viver
Vale do Jequitinhonha
Vale eu amo você "

Quem sabe >> '' Então carrego o meu violão
Coloco a sandália de couro
Decoro a nossa canção
Tristeza escorre no rosto''

Entre outras belas canções desse grande artista do Vale.

Fonte: 
www.facebook.com/CruzinhaMinasNovas

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