domingo, 24 de janeiro de 2016

CAMPEÃO DA COPA DO BRASIL EM 1996 E DA LIBERTADORES 1997, CÉLIO LÚCIO TRABALHA COM A GAROTADA DA BASE NO CRUZEIRO

Auxiliar-técnico do sub-20, ex-zagueiro relembra os seis anos em que foi titular com a camisa celeste, os adversários e a dificuldade para marcar Ronaldo nos treinamentos

O jeitão típico do interior se mantém, mesmo depois de mais de 20 anos morando em Belo Horizonte. Titular da zaga do Cruzeiro entre 1991 e 1997, ano em que foi campeão da Taça Libertadores com o clube, Célio Lúcio, nascido na pequena Cajuri, do interior mineiro, agora se dedica a ensinar o oficio que aprendeu durante anos aos meninos do time celeste. Ele é o auxiliar-técnico do sub-20 do clube, que disputa a semifinal da Copa São Paulo de Juniores contra o Corinthians nesta sexta-feira.




- Se eu pudesse, estaria jogando até hoje. O futebol é um vício. Tenho saudade da adrenalina dos jogos, de poder agir para interferir na partida. Fora do campo é diferente, mas é também uma função muito legal orientar a garotada - diz o ex-zagueiro, que ainda atua em jogos de masters.


Aos 45 anos, Célio Lucio tem saudades. Dos cabelos, já rareando. Do tempo em que disputava títulos com a camisa 4 do Cruzeiro e era titular ao lado de Dida, Nonato, Ademir, Boiadeiro e tantos outros. De marcar Ronaldo Fenômeno nos treinos, nem tanto.



- Rapaz, ele foi o melhor que eu vi jogar. Quando ele vinha correndo para cima, o Luisinho, que era mais velho do que eu, já ameaçava o moleque, porque sabia que ia ser difícil tomar a bola - conta, às gargalhadas.

Para o ex-zagueiro o maior título do Cruzeiro foi a conquistada Copa do Brasil de 1996, onde seu time venceu o Palmeiras que na época era um super time, que contava com vários atletas de peso e da seleção brasileira e já era tido como campeão.
  

Célio Lúcio muito atencioso com os torcedores cruzeirenses

Desde que se aposentou, em 2003, Célio se mantém no futebol. Foi auxiliar de Wantuir Rodrigues em alguns clubes. Depois, seguiu na mesma função ao lado do também ex-zagueiro Clebão. Rodou pelo país e já coleciona histórias fora das quatro linhas, como a da demissão do Metropolitano-SC, em 2010 após uma vitória sobre o Criciúma.



- Eu e o Clebão ficamos um tempão sem entender, olhando um para a cara do outro. Mas faz parte do futebol - diz



Pouco depois, veio a proposta do Cruzeiro para ir para a base. Célio pensou na estabilidade e no fato de morar perto de casa, novamente em Belo Horizonte. Atento à evolução dos garotos, ele orienta sempre que possível e aponta diferenças entre o futebol da época dele e o de hoje.



- Hoje o futebol é mais estudado, mais rápido, mas na minha época tínhamos jogadores mais técnicos, como Djalminha, Edmundo, Bebeto. Eu marquei todos eles - diz.



O ex-zagueiro vê com preocupação o fato dos atletas de base já serem muito bem remunerados desde cedo e compara com sua época.



- Eu ganhava uns 80 reais para jogar na base do Cruzeiro. No último ano, ganhava uns 120. Hoje esses garotos ficam rico muito cedo, e isso é bom para eles, mas é importante pensar na carreira, não só em algo imediato. 

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