Auxiliar-técnico do sub-20, ex-zagueiro relembra os seis anos em que foi titular com a camisa celeste, os adversários e a dificuldade para marcar Ronaldo nos treinamentos
O jeitão típico do interior se mantém, mesmo depois de mais de 20 anos morando em Belo Horizonte. Titular da zaga do Cruzeiro entre 1991 e 1997, ano em que foi campeão da Taça Libertadores com o clube, Célio Lúcio, nascido na pequena Cajuri, do interior mineiro, agora se dedica a ensinar o oficio que aprendeu durante anos aos meninos do time celeste. Ele é o auxiliar-técnico do sub-20 do clube, que disputa a semifinal da Copa São Paulo de Juniores contra o Corinthians nesta sexta-feira.
- Se eu pudesse, estaria jogando até hoje. O futebol é um vício. Tenho saudade da adrenalina dos jogos, de poder agir para interferir na partida. Fora do campo é diferente, mas é também uma função muito legal orientar a garotada - diz o ex-zagueiro, que ainda atua em jogos de masters.
Aos 45 anos, Célio Lucio tem saudades. Dos cabelos, já rareando. Do tempo em que disputava títulos com a camisa 4 do Cruzeiro e era titular ao lado de Dida, Nonato, Ademir, Boiadeiro e tantos outros. De marcar Ronaldo Fenômeno nos treinos, nem tanto.
- Rapaz, ele foi o melhor que eu vi jogar. Quando ele vinha correndo para cima, o Luisinho, que era mais velho do que eu, já ameaçava o moleque, porque sabia que ia ser difícil tomar a bola - conta, às gargalhadas.
Para o ex-zagueiro o maior título do Cruzeiro foi a conquistada Copa do Brasil de 1996, onde seu time venceu o Palmeiras que na época era um super time, que contava com vários atletas de peso e da seleção brasileira e já era tido como campeão.
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Célio Lúcio muito atencioso com os torcedores cruzeirenses |
Desde que se aposentou, em 2003, Célio se mantém no futebol. Foi auxiliar de Wantuir Rodrigues em alguns clubes. Depois, seguiu na mesma função ao lado do também ex-zagueiro Clebão. Rodou pelo país e já coleciona histórias fora das quatro linhas, como a da demissão do Metropolitano-SC, em 2010 após uma vitória sobre o Criciúma.
- Eu e o Clebão ficamos um tempão sem entender, olhando um para a cara do outro. Mas faz parte do futebol - diz
Pouco depois, veio a proposta do Cruzeiro para ir para a base. Célio pensou na estabilidade e no fato de morar perto de casa, novamente em Belo Horizonte. Atento à evolução dos garotos, ele orienta sempre que possível e aponta diferenças entre o futebol da época dele e o de hoje.
- Hoje o futebol é mais estudado, mais rápido, mas na minha época tínhamos jogadores mais técnicos, como Djalminha, Edmundo, Bebeto. Eu marquei todos eles - diz.
O ex-zagueiro vê com preocupação o fato dos atletas de base já serem muito bem remunerados desde cedo e compara com sua época.
- Eu ganhava uns 80 reais para jogar na base do Cruzeiro. No último ano, ganhava uns 120. Hoje esses garotos ficam rico muito cedo, e isso é bom para eles, mas é importante pensar na carreira, não só em algo imediato.
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